Friday, April 30, 2004

A propósito, em conversa

- O teu Pai vota nos meus?
- Desconfio que sim, mas ando a tentar enganar-me.

Fractura familiar

Por que será que o meu Pai e a minha irmã estão (são) cada vez mais de direita e eu e a minha Mãe cada vez mais de esquerda?
[aceitam-se contributos dos sociólogos da praça]

Como um ano?

Estou para aqui a fazer contas à minha vida. Não consigo, não quero conceber que se passe mais do que um ano inteiro – 12 meses, 365 dias – a pensar ininterruptamente na mesma pessoa com quem está tudo irremediavelmente acabado.

Racionalidades

Um amigo meu contou-me no outro dia como acabou o relacionamento de dois anos com a ex-namorada. A história é a de sempre: muito amor, carinho e melguice, no início, até que as coisas começam a azedar. Por si só. Sem nenhuma história cabeluda pelo meio e ainda com muitos sentimentos à flor da pele. Quando supostamente a separação parecia irreversível mas demasiado dolorosa, surge uma daquelas discussões por telefone. No meio das agressões habituais nestas circunstâncias, ela, enervada, disse-lhe para ele não lhe dirigir mais palavra. (se não me engano, esta parte é típica nas mulheres). Ele, calmo – aquela calma que tira qualquer interlocutor do sério –, perguntou-lhe se tinha a certeza, se era mesmo isso que queria, ao que ela, sem querer pensar, respondeu que sim. Ele desligou o telefone e nunca mais lhe falou. Até hoje, passados quase cinco anos. Sabendo do desgosto que tudo aquilo lhe causou na altura, o que eu quis saber foi como é que ele tinha conseguido resistir a ligar-lhe, por que nunca a procurou, como tinha sido possível ser tão racional… Respondeu-me, simplesmente, que durante bem mais de um ano era a primeira pessoa em quem pensava quando acordava e a última quando se deitava. E nunca lhe ligou.

Thursday, April 29, 2004

Preterida

Espera aí, lembrei-me agora: eu vou passear o meu cão e ele é que recebe piropos?

Ah ganda cão!

O meu cão faz uma habilidade no jardim para onde o costumo ir passear a que todos os transeuntes acham muita piada. Chega ao pé do chafariz que me dá mais ou menos pelo peito, põe delicadamente as patas em cima da pedra e bebe da água corrente com uma perfeição digna de se ver. A última vez que demonstrou a sua proeza recebeu o elogio que dá o título a este post, vindo de uma carrinha de caixa aberta em andamento, alto e em bom som, e com aquela garra característica. Estão a ver o género?

Wednesday, April 28, 2004

Cry me a river

Now you say you’re lonely
You cry the long night through
Well, you can cry me a river
Cry me a river
I cried a river over you
Now you say you’re sorry
For being so untrue
Well, you can cry me a river
Cry me a river
I cried a river over you
You drove me, nearly drove me, out of my head
While you never shed a tear
Remember, I remember, all that you said?
You told me love was too plebeian
Told me you were through with me and

Now you say you love me
Well, just to prove that you do
Come on and cry me a river
Cry me a river
I cried a river over you
I cried a river over you
I cried a river...over you...

You drove me, nearly drove me, out of my head
While you never shed a tear
Remember, I remember, all that you said?
You told me love was too plebeian
Told me you were through with me and

Now you say you love me
Well, just to prove that you do
Come on and cry, cry, cry me a river
Cry me a river
I cried, I cried, I cried a river over you
If my pillow talk, imagine what it would have said
Could it be a river of tears I cried instead?
Well you can cry me a river
Go ahead and cry me a river
'Cause I cried, I cried a river over you
How I cried a river over you


Tenho uma predilecção especial por esta música. Gosto muito, mesmo muito da expressão que lhe dá o título e acho a letra deliciosamente simples e genuína.
A versão do Foreign Sound do Caetano é absolutamente fantástica. A da Ella… é da Ella. E ultimamente ouvi a da Lisa Ekdahl que também ficou nos favoritos.

Vontades

Queria mesmo era tirá-lo da cabeça. Sim, da cabeça. Do coração virá por si só. Amor não nutrido seca e morre. É ter paciência e saber esperar. E a espera é tão mais fácil se ele não estiver a toda a hora na cabeça.

Monday, April 26, 2004

Madrinha

Dei-me por (con)vencida.

Sunday, April 25, 2004

Porque hoje não é um dia qualquer

Nesta aguarela proliferam os tons de vermelho.

Just do it

Ponderei durante muito tempo – para além do razoável – se deveria ou não iniciar-me neste novo mundo. O que foi, para mim, uma excepção a registar. Sou, por norma, bastante impulsiva. A verdade é que a distância entre a descoberta do fenómeno – pelo qual nutri desde o início uma simpatia especial – e a decisão de nele participar deveu-se unicamente a um motivo (que esteve, aliás, para ser o nome deste blog): insegurança. (depois optei por algo menos melodramático…)
Como o meu botão da auto-censura está sempre ligado – e daí, a sensação inexorável de não ter nada de interessante ou relevante para dizer – torna-se extremamente difícil avançar para uma aventura destas em que necessariamente nos expomos bastante.
A ideia foi, porém, evoluindo e tornando-se cada vez mais plausível. Passei de apaixonada do fenómeno dos blogs enquanto leitora passiva para passar a comentá-los comigo mesma. A fase da indecisão foi quando tinha literalmente posts imaginários a germinar na minha cabeça o dia todo. Quando os comecei a passar para o papel apercebi-me do inevitável: a necessidade irreprimível de experimentar do lado de cá. Já não havia nada a fazer. Claro que a insegurança – como muito boa gente o sabe – não é uma coisa temporária, daí a necessidade do anonimato, do qual não me parece que alguma vez conseguirei abdicar.
Ainda assim, aqui estou (sou) eu. Calculo que mais para dizer o que me apetece do que para ser lida. Mas o que vier daqui em diante, para mim, já é proveito.

1, 2... experiência

Não está fácil arranjar um nome. De um leque considerável de hipóteses, optei por “aguarela temperamental”.
Inevitavelmente, uns dias mais em tons de cinzento, outros (muitos mais, espero) em tons coloridos.
De acordo com o estado de alma.