Monday, December 26, 2005

Da beleza dos padres *

Um padre quer-se de boa aparência mas não demasiado bonito.
Do ponto de vista teológico, esta necessidade não fará propriamente sentido mas, como em tudo, a beleza também não fica à porta da Igreja. É sabido que as mulheres sempre comentaram o aspecto físico dos padres. E a verdade é que estamos mal habituadas, basta repararmos nas imagens ou nos filmes bíblicos. Por outras palavras, não é só a Maria Madalena que é representada pela Monica Belluci: Jesus Cristo é invariavelmente um belo homem. Como se a fealdade pudesse conspurcar de alguma forma a sua pureza ou, pior ainda, decepcionar as devotas. Não sei como é nas outras religiões mas, na Católica, os Jesuítas sempre venceram – e com louvor – esta mais ou menos saudável competição entre ordens. (Não é por isso que é a minha ordem de eleição; sendo, porém, uma agradável coincidência.)
No entanto, um padre demasiado bonito torna-se problemático. Durante a missa desconcentra e depois da missa culpabiliza. Um amigo meu diz-me que, durante o noviciado, os futuros sacerdotes debatem e aprendem a lidar com mulheres que se apaixonam ou que julgam estar apaixonadas por eles – parece ser um fenómeno recorrente. Um padre muito bonito será, sem dúvida, um difícil desafio mas, convenhamos, como cartão de visita…

* Este post tem dupla inspiração: a Missa do Galo de ontem e este post – magnífico, como sempre – da Ana Sá Lopes.

Já sei onde é que eles andam

Na Missa do Galo de ontem, um grupo de jovens rapazes captou a atenção de todos e, especialmente, de todas. A presença de um número invulgar de noviços alegrava a Igreja. Alegrava, contudo, um bocadinho demais. Nomeadamente aquele que fazia lembrar o Gael – que tentação, meu Deus. A minha alma católica ficou dividida. Ninguém concorda mais do que eu que a Igreja precisa, desesperadamente, de sangue novo. Mas é caso para dizer que não havia necessidade de serem tão bonitos.
Já não bastava os giros e bons rapazes serem casados ou gays, agora também vão para padres. As categorias de inatingíveis não param de aumentar.

Saturday, December 24, 2005

Leitura indispensável nesta quadra

«O Natal na infância vive em todos os natais, embora estes sejam vividos de outra maneira. Mas há algo que se mantém: o secretismo em torno dos presentes. (…) Trata-se de um exercício de manipulação amorosa, de diversão no seu estado mais puro; enfim, um acto de cuidado, atenção e amor. (…) Um bom segredo não se fecha numa gaveta qualquer e pronto. Tem de se levar, buscar, trazer, dá uma carga de trabalhos e é por isso que dar um presente a alguém é um acto de amor. Não é dar simplesmente.»

[Bomba Inteligente, O Segredo]

(Até porque já chateia um bocadinho aquela coisa do «detesto o Natal»)

Boas festas

Este mês foi um bocado caótico em termos de trabalho. E eu também sou famosa por deixar tudo para a última da hora, verdade seja dita. As actualizações (guardadas no meu caderno) ficam para quando eu conseguir ter um tempinho - o que neste interregno a que as pessoas insistem em chamar de “férias” não vai acontecer de certeza. Resta-me, por isso, desejar-vos um feliz Natal. Ainda cá venho para os votos de ano novo.