E eu ainda não tive oportunidade de ver a maioria dos filmes.
Hoje vim só ver a bola e tirar ideias para vestidos. (Aproveito para fazer comentários fúteis e irrelevantes. Considerem-se avisados.)
Principal risco da noite: iminente rouquidão de Chris Rock. Aconselha-se moderação do timbre. Ou, dito por outras palavras: menos, menos.
O suplício dos momentos musicais: a Beyonce a cantar em francês (supostamente); a desafinação da canção do Shreck; a Beyonce de novo; o Banderas cheio de tiques; a Beyonce pela terceira vez.
Pormenores preciosos: o decote da Hilary Swank; os folhos da Charlize Theron; a tiara à princesa da Scarlett Johanson; a túnica à grávida de trigémeos da Gisele Bundchen.
Oportunidades perdidas: ver o Clive Owen subir a palco e ser filmado em grande plano por 30 segundos; ver o Johnny Depp de carinha lavada.
Tradição é tradição: a classe da Kate Winslet; as “meninas” da cerimónia 20 cm mais altas que os convidados (50 cm, no caso do Prince); o “In memoriam” (e as inúmeras caras de que já não nos lembrávamos que tinham morrido o ano passado); tanto os vitoriosos como os derrotados da noite (Swank, Eastwood / Bening, Scorcese, DiCaprio).
Notas: Para usar um vestido branco ou bege, estar bronzeada como a Gisele e a Penelope ou ter o tom de pele da Halle Berry; daqui a uns aninhos, optar pelo decote recto da Annette Bening com os ombros a descoberto – a mostrar que se pode ser sexy em qualquer idade.
That’s all, folks! Going to bed, now.
Monday, February 28, 2005
Sunday, February 27, 2005
Hoje à noite, n’A dois.
Sobre a ausência. E a ilusão para fugir à desilusão.
A Charlotte Rampling está lindíssima neste filme.
Friday, February 25, 2005
Senti de novo o coração apertado, como se tivesse sido ontem. Felizmente já sem aquele desespero mas com imensas saudades. As que me assaltam com frequência. Embora, hoje, de uma forma especialmente avassaladora.
PS – A missa de um ano é um valente safanão emocional. Não sei se bom se mau. Sei que agora me apetece muito ir dormir.
PS – A missa de um ano é um valente safanão emocional. Não sei se bom se mau. Sei que agora me apetece muito ir dormir.
Thursday, February 24, 2005
Podemos votar?
Por enquanto, CSI Las Vegas.
Porque me apego aos originais; porque nenhuma outra tem o Grissom e o Warrick.
O CSI Miami fica unanimemente em último lugar. Além da loura com a voz irritante, as personagens são moralistas, aspirando a uma densidade psicológica que definitivamente não têm. Os casos sob investigação também me parecem, por norma, mais básicos. Se bem que foi no CSI Miami que descobri que se pode assassinar um homem espalhando nicotina (em forma de insecticida) no preservativo. Ah… pois é.
(Calma. Não é que esteja a ponderar utilizar efectivamente esta preciosa informação. A não ser – claro – em jeito de punch line para desencorajar engates baratos. Já que só me calham desses.)
Porque me apego aos originais; porque nenhuma outra tem o Grissom e o Warrick.
O CSI Miami fica unanimemente em último lugar. Além da loura com a voz irritante, as personagens são moralistas, aspirando a uma densidade psicológica que definitivamente não têm. Os casos sob investigação também me parecem, por norma, mais básicos. Se bem que foi no CSI Miami que descobri que se pode assassinar um homem espalhando nicotina (em forma de insecticida) no preservativo. Ah… pois é.
(Calma. Não é que esteja a ponderar utilizar efectivamente esta preciosa informação. A não ser – claro – em jeito de punch line para desencorajar engates baratos. Já que só me calham desses.)
A favor dos twixters
[em detrimento dos “adultos” forçados]
A sociedade exige o que não deve.
Prefiro a errância sentimental genuína e flagrante. Tenho muito menos paciência para a obsessão dos homens pós-trinta que teimam que agora têm mesmo que assentar.
[Consegue ser ainda pior que o histerismo das mulheres em idade casadoira face à gravíssima ameaça de ficarem “solteironas”.]
A sociedade exige o que não deve.
Prefiro a errância sentimental genuína e flagrante. Tenho muito menos paciência para a obsessão dos homens pós-trinta que teimam que agora têm mesmo que assentar.
[Consegue ser ainda pior que o histerismo das mulheres em idade casadoira face à gravíssima ameaça de ficarem “solteironas”.]
Wednesday, February 23, 2005
Nem 16% é uma nega
«Dr. Love thinks a relationship might work out between XXXXXX and YYYYYY, but the chance is very small. A successful relationship is possible, but you both have to work on it. Do not sit back and think that it will all work out fine, because it might not be working out the way you wanted it to. Spend as much time with each other as possible. Again, the chance of this relationship working out is very small, so even when you do work hard on it, it still might not work out.»
Não é bem uma relação impossível…é problemática mas pode resultar…quem sabe…se calhar com mais dedicação acaba por dar certo…
Juntando-lhe o «quando estamos bem, estamos mesmo bem», parece a história da minha vida. Este Dr. Love ainda é mais optimista que eu.
Não é bem uma relação impossível…é problemática mas pode resultar…quem sabe…se calhar com mais dedicação acaba por dar certo…
Juntando-lhe o «quando estamos bem, estamos mesmo bem», parece a história da minha vida. Este Dr. Love ainda é mais optimista que eu.
Tuesday, February 22, 2005
«You sexy thing»
«- Não sei se é o homem certo - questionou, mais uma vez, a Vanessa.
- Dança - lembrou-se a Juju - é sempre importante um homem que dance. - Enjoam-me os pés de chumbo.
- Não é um intelectual - registou a Mariazinha - estou farta de apanhar secas de intelectuais.
- Eu também - disse mais alguém. (…)
- Mais uma razão a favor do Jerónimo. Não é um intelectual. Talvez não dê tantas secas.
- Mas falem do que verdadeiramente interessa!!! - gritou a Vanessa.
- Disso?
- Sim, daquilo que eu pus logo no início em cima da mesa da discussão.
Por pudor, resisti a escrever o que estava verdadeiramente em cima da mesa. A auscultação que a Vanessa queria fazer tinha a ver com a especificidade da sensualidade operária. Ela sabia que o conceito era "demodé", mas ultimamente achava-o irresistível. Em Jerónimo de Sousa, via um ícone dessa sensualidade e, além de se lhe ter metido na cabeça a hipótese de o seduzir, começou a apoiar o seu nome para secretário-geral do PCP.
- Pode ser um animal político.
Talvez por ser noite ou por falta de alternativas ou pela força do argumentário em prol da sensualidade operária, demos a ámen a Jerónimo de Sousa. Vanessa teve, enfim, a sua inclinação consensualizada.»
[Ana Sá Lopes, “Das inclinações consensualizadas”, Público, 21.11.2004]
Tanto que se escreveu sobre "a sucessão" e um PCP "divorciado da sociedade". Esqueçam lá o autoritarismo do partido e o exemplo democrático da Coreia do Norte. Já deviam saber que a Vanessa tem sempre razão.
- Dança - lembrou-se a Juju - é sempre importante um homem que dance. - Enjoam-me os pés de chumbo.
- Não é um intelectual - registou a Mariazinha - estou farta de apanhar secas de intelectuais.
- Eu também - disse mais alguém. (…)
- Mais uma razão a favor do Jerónimo. Não é um intelectual. Talvez não dê tantas secas.
- Mas falem do que verdadeiramente interessa!!! - gritou a Vanessa.
- Disso?
- Sim, daquilo que eu pus logo no início em cima da mesa da discussão.
Por pudor, resisti a escrever o que estava verdadeiramente em cima da mesa. A auscultação que a Vanessa queria fazer tinha a ver com a especificidade da sensualidade operária. Ela sabia que o conceito era "demodé", mas ultimamente achava-o irresistível. Em Jerónimo de Sousa, via um ícone dessa sensualidade e, além de se lhe ter metido na cabeça a hipótese de o seduzir, começou a apoiar o seu nome para secretário-geral do PCP.
- Pode ser um animal político.
Talvez por ser noite ou por falta de alternativas ou pela força do argumentário em prol da sensualidade operária, demos a ámen a Jerónimo de Sousa. Vanessa teve, enfim, a sua inclinação consensualizada.»
[Ana Sá Lopes, “Das inclinações consensualizadas”, Público, 21.11.2004]
Tanto que se escreveu sobre "a sucessão" e um PCP "divorciado da sociedade". Esqueçam lá o autoritarismo do partido e o exemplo democrático da Coreia do Norte. Já deviam saber que a Vanessa tem sempre razão.
Monday, February 21, 2005
Blog zapping (IX)
«A alegria alheia enche-lhe o depósito da amargura.»
[Tiago Cavaco, O mal-encarado]
Adenda: Entre parênteses rectos é somente o nome do autor-vírgula-nome do post, seus insidiosos.
[Tiago Cavaco, O mal-encarado]
Adenda: Entre parênteses rectos é somente o nome do autor-vírgula-nome do post, seus insidiosos.
A “reincarnação” segundo Calvino
«No dia em que os habitantes de Eutrópia se sentem atacados pelo cansaço, e já ninguém suporta o seu ofício, os parentes, a casa e a rua, as dívidas, a gente que deve cumprimentar ou que o cumprimenta, então todos os cidadãos decidem transferir-se para a cidade vizinha que está ali à espera, vazia e como nova, onde cada um tomará outro ofício, outra mulher, verá outra paisagem ao abrir a janela, passará as noites com outros passatempos amizades maledicências.»
[Calvino, Italo, 2003 [1972], Cidades Invisíveis. Lisboa: Editorial Teorema, p.66]
[Calvino, Italo, 2003 [1972], Cidades Invisíveis. Lisboa: Editorial Teorema, p.66]
Sunday, February 20, 2005
Cantando vitória… em tom desafinado
«Amigos e camaradas… conseguimos!»
[Não me devem ter ouvido: não aplaudiram de imediato. Vou tentar outra vez com mais entoação.]
«Conseguimos!!!»
Este início de discurso, dirigido ao interior do aparelho partidário, em vez de a todos os portugueses, e em jeito de «Ladies and gentlemen, we’ve got him»*, foi escabroso.
Também os intervalos, de duas em duas frases, para aclamações quase forçadas, eram completamente dispensáveis; assim como o paleio de facilitismos com uma mera e muito ténue referência aos tempos difíceis que se avizinham. O discurso não foi propriamente brilhante e pareceu-me mal gerido, acabando por desperdiçar frases francamente boas que passaram praticamente despercebidas.
Ainda assim, eu também partilho da “fezada” do Rui (“fezada” é, sem dúvida, a palavra certa) de que Sócrates será um melhor primeiro-ministro do que líder partidário. E, com maioria absoluta, tem agora uma oportunidade única para mostrar o que vale – sem constrangimentos – e tem, especialmente, todas as condições para conseguir cativar gente de mérito para formar uma boa equipa de governo.
Acresce ainda que a esquerda, em geral, subiu dramaticamente no Parlamento (como dizem os ingleses), o que me agrada bastante.
* O him é o Saddam Hussein, caso não se lembrem.
[Não me devem ter ouvido: não aplaudiram de imediato. Vou tentar outra vez com mais entoação.]
«Conseguimos!!!»
Este início de discurso, dirigido ao interior do aparelho partidário, em vez de a todos os portugueses, e em jeito de «Ladies and gentlemen, we’ve got him»*, foi escabroso.
Também os intervalos, de duas em duas frases, para aclamações quase forçadas, eram completamente dispensáveis; assim como o paleio de facilitismos com uma mera e muito ténue referência aos tempos difíceis que se avizinham. O discurso não foi propriamente brilhante e pareceu-me mal gerido, acabando por desperdiçar frases francamente boas que passaram praticamente despercebidas.
Ainda assim, eu também partilho da “fezada” do Rui (“fezada” é, sem dúvida, a palavra certa) de que Sócrates será um melhor primeiro-ministro do que líder partidário. E, com maioria absoluta, tem agora uma oportunidade única para mostrar o que vale – sem constrangimentos – e tem, especialmente, todas as condições para conseguir cativar gente de mérito para formar uma boa equipa de governo.
Acresce ainda que a esquerda, em geral, subiu dramaticamente no Parlamento (como dizem os ingleses), o que me agrada bastante.
* O him é o Saddam Hussein, caso não se lembrem.
É a «política», estúpida!
Depois de meses a desejar o derrube do governo; depois de duas semanas a criticar violentamente a sua campanha ambiciosa; depois de horas a torcer por uma derrota pesada nas urnas, comovi-me com o discurso do Paulo Portas. (Sinto necessidade de o confessar.)
Não sei se é menopausa precoce ou SPM, mas assim que entrou na sala com ar de pesar soltei o primeiro «coitado»; quando começou a falar com gravidade e desgostoso, fiquei verdadeiramente incomodada; e quando lhe vi o queixo a tremer, senti um nó na garganta.
Não tenho dúvidas absolutamente nenhumas da imensa vontade que tinha de uma viragem à esquerda (tendo cumprido a minha parte) e de como considero merecido este resultado eleitoral. Quando surgiram as primeiras projecções soltei uma gargalhada e desejei que o desfecho fosse ainda mais penalizante. Acresce ainda que Paulo Portas tem culpa da sua queda política, pelas expectativas irrealistas que ele próprio criou, o que, à partida, torná-lo-ia menos capaz de cativar simpatia.
E no entanto, no momento em que falou aos portugueses, centrei-me apenas e tão-somente no sentimento de derrota pessoal e no quanto deve ser difícil, para qualquer pessoa, se preparar emocionalmente para tomar uma atitude pública deste género. Claro que tenho consciência que o discurso é particularmente bem feito, o que ajuda à compaixão. Mas a verdade é que não é fácil ver alguém capitular. Alguém – não o que representa ou defende. A maior parte das pessoas em política não faz esta distinção. Foi apenas por fazê-la que me impressionou; foi por fazê-la que digo, claramente, que a «política» não é para mim.
Não sei se é menopausa precoce ou SPM, mas assim que entrou na sala com ar de pesar soltei o primeiro «coitado»; quando começou a falar com gravidade e desgostoso, fiquei verdadeiramente incomodada; e quando lhe vi o queixo a tremer, senti um nó na garganta.
Não tenho dúvidas absolutamente nenhumas da imensa vontade que tinha de uma viragem à esquerda (tendo cumprido a minha parte) e de como considero merecido este resultado eleitoral. Quando surgiram as primeiras projecções soltei uma gargalhada e desejei que o desfecho fosse ainda mais penalizante. Acresce ainda que Paulo Portas tem culpa da sua queda política, pelas expectativas irrealistas que ele próprio criou, o que, à partida, torná-lo-ia menos capaz de cativar simpatia.
E no entanto, no momento em que falou aos portugueses, centrei-me apenas e tão-somente no sentimento de derrota pessoal e no quanto deve ser difícil, para qualquer pessoa, se preparar emocionalmente para tomar uma atitude pública deste género. Claro que tenho consciência que o discurso é particularmente bem feito, o que ajuda à compaixão. Mas a verdade é que não é fácil ver alguém capitular. Alguém – não o que representa ou defende. A maior parte das pessoas em política não faz esta distinção. Foi apenas por fazê-la que me impressionou; foi por fazê-la que digo, claramente, que a «política» não é para mim.
Saturday, February 19, 2005
Friday, February 18, 2005
«Atrás de mim virá quem bom de mim fará»
À medida que a campanha eleitoral chega ao fim, denoto o acentuar de um padrão muito típico.
Quando acabou o cavaquismo e a sua política do betão, alvíssaras para o guterrismo e a sua política socialmente consciente. Quando acabou o guterrismo e a sua política de laxismo, alvíssaras para o barrosismo e a sua política de rigor. E quando está prestes a acabar o barrosismo e a sua política de contenção insensível e falhada, seguida do santanismo e a sua política incompetente e desastrada, já se dá alvíssaras a um futuro novo governo de Sócrates.
Tudo isto recordando à vez e com saudosismo Cavaco e Guterres. Tudo isto sabendo, de antemão, que também o governo de Sócrates atingirá inevitavelmente o patamar da nostalgia.
Tenho para mim que o problema disto tudo é a nossa gravíssima falta de memória.
Quando acabou o cavaquismo e a sua política do betão, alvíssaras para o guterrismo e a sua política socialmente consciente. Quando acabou o guterrismo e a sua política de laxismo, alvíssaras para o barrosismo e a sua política de rigor. E quando está prestes a acabar o barrosismo e a sua política de contenção insensível e falhada, seguida do santanismo e a sua política incompetente e desastrada, já se dá alvíssaras a um futuro novo governo de Sócrates.
Tudo isto recordando à vez e com saudosismo Cavaco e Guterres. Tudo isto sabendo, de antemão, que também o governo de Sócrates atingirá inevitavelmente o patamar da nostalgia.
Tenho para mim que o problema disto tudo é a nossa gravíssima falta de memória.
Thursday, February 17, 2005
Beijocas eleitorais
Em plena campanha de rua por Braga, diz o Marcelo Rebelo de Sousa que, do que se lembra, a parte boa de ser líder político era «poder beijar raparigas bonitas e jovens». Ora eu, que tenho um autógrafo dele (numa feira do livro, quando era jovem inconsciente) a dizer «Para a bonita X», sinto-me traída.
Depois deste duro golpe, a única salvação possível para o meu ego é catalogá-lo de pouco selectivo.
Depois deste duro golpe, a única salvação possível para o meu ego é catalogá-lo de pouco selectivo.
Wednesday, February 16, 2005
And the winner is…
O Louçã, dentro dos seus objectivos, foi o que melhor se portou neste debate. Embora tenha dúvidas sobre a cartada que ele tinha na manga (vários economistas defenderam a necessidade de facilitar as reorganizações no interior das empresas, tendo em conta o caos burocrático por que teriam que passar e tendo em vista a sua maior competitividade), a sua posição é perfeitamente coerente com o que tem defendido até agora e demonstra inteligência e trabalho de casa.
Contudo, o Paulo Portas tem razão quando o acusa de ser sobranceiro (ainda que não lhe fizesse mal nenhum olhar para o próprio umbigo). Ultimamente, o Louçã tem-me feito lembrar aquelas pessoas que, em discussões em que a outra parte está aos berros, respondem com aquele tom de voz pausado e quase inaudível: «Por que estás a gritar? Tens alguma necessidade de falares assim?». E julgam que têm mais razão por isso. A forma é sem dúvida melhor, o conteúdo não necessariamente.
Contudo, o Paulo Portas tem razão quando o acusa de ser sobranceiro (ainda que não lhe fizesse mal nenhum olhar para o próprio umbigo). Ultimamente, o Louçã tem-me feito lembrar aquelas pessoas que, em discussões em que a outra parte está aos berros, respondem com aquele tom de voz pausado e quase inaudível: «Por que estás a gritar? Tens alguma necessidade de falares assim?». E julgam que têm mais razão por isso. A forma é sem dúvida melhor, o conteúdo não necessariamente.
Pode vencer (em absoluto) mas não convence
As perguntas mais difíceis foram dirigidas, sem dúvida, ao líder do PS. E bem: será ele o mais provável vencedor das próximas eleições e há, por isso, que avaliar acima de tudo o seu projecto e a sua capacidade e competência para o levar a cabo.
Penoso foi vê-lo a esquivar-se a todas as ditas perguntas – sacrifícios para os portugueses, encerramento de cursos universitários, aumento da idade da reforma. Não sei se esperando, porventura, que ninguém se apercebesse, se embarcando na triste ideia que os portugueses preferem ouvir promessas agradáveis em campanhas eleitorais.
PS – Aquela esperteza saloia de se colar à cartada do Louçã, da qual não tinha conhecimento, para pedir contas ao Santana Lopes, foi um verdadeiro tiro no pé.
Penoso foi vê-lo a esquivar-se a todas as ditas perguntas – sacrifícios para os portugueses, encerramento de cursos universitários, aumento da idade da reforma. Não sei se esperando, porventura, que ninguém se apercebesse, se embarcando na triste ideia que os portugueses preferem ouvir promessas agradáveis em campanhas eleitorais.
PS – Aquela esperteza saloia de se colar à cartada do Louçã, da qual não tinha conhecimento, para pedir contas ao Santana Lopes, foi um verdadeiro tiro no pé.
Tuesday, February 15, 2005
Não há amor como o primeiro, carago
E é sempre uma agradável surpresa ver um “banana” ganhar coragem e deixar de o ser.
[Se calhar devia ter avisado que ia sair daqui um post muito cor-de-rosa. O que vale é que tenho sempre a desculpa da nova medicação.]
Tempos de antena
O Bloco de Esquerda só poderá aspirar a ser governo quando passar a fazer tempos de antena sérios e, de preferência, muito, muito enfadonhos. Faz parte das regras do jogo.
Choque medicamentoso
Hoje, a acamada saiu à rua (onde é que já ouvi isto?...) para uma consulta com o ortopedista. Vamos trocar a medicação, diz ele, com ar de quem se entretém, nos tempos livres, a magicar combinações especialmente bombásticas. A ver…
[Adenda: Foi mesmo choque. Não foi promessa nem objectivo; e ficou longe de mero beliscão.]
[Adenda: Foi mesmo choque. Não foi promessa nem objectivo; e ficou longe de mero beliscão.]
Monday, February 14, 2005
Dia dos namorados
Este é, sem dúvida, o dia mais foleiro do ano. Demasiados corações, restaurantes a abarrotar e flores acima do preço, para o meu gosto.
Dito isto, sou completamente a favor de datas. Aniversários, anos de casamento, dia em que se começou a namorar, dia da Mãe, do Pai e da criança… Quaisquer que sejam, desde que nos façam parar um pouco, quebrar a rotina, e saborear algo de especial. Todos os pretextos justificam plenamente arranjar um tempinho para um fim-de-semana a dois, um jantar de miúdas, um almoço de família, uma matiné com a sobrinha, uma noite com amigos.
É uma questão de investimento emocional. E não me parece que haja outro mais rentável.
[É por causa disso que este dia – sempre comemorado duas ou três semanas depois por pura embirração – pode ser capaz de enternecer.]
Dito isto, sou completamente a favor de datas. Aniversários, anos de casamento, dia em que se começou a namorar, dia da Mãe, do Pai e da criança… Quaisquer que sejam, desde que nos façam parar um pouco, quebrar a rotina, e saborear algo de especial. Todos os pretextos justificam plenamente arranjar um tempinho para um fim-de-semana a dois, um jantar de miúdas, um almoço de família, uma matiné com a sobrinha, uma noite com amigos.
É uma questão de investimento emocional. E não me parece que haja outro mais rentável.
[É por causa disso que este dia – sempre comemorado duas ou três semanas depois por pura embirração – pode ser capaz de enternecer.]
Cauchemar *
Bem me dizia a minha Mãe desde miúda que dormir de barriga para cima dá pesadelos.
Esta noite, que se lixem as escoriações. Aguentar a dor é um acto de coragem; propiciar pesadelos é um acto de estupidez.
* E o contra-senso que é esta palavra ser das minhas favoritas em francês.
Esta noite, que se lixem as escoriações. Aguentar a dor é um acto de coragem; propiciar pesadelos é um acto de estupidez.
* E o contra-senso que é esta palavra ser das minhas favoritas em francês.
Sunday, February 13, 2005
Desfasamento emocional
Sobre os sucessivos “atrasos temporais” deste blog.
Poderia afirmar peremptoriamente que o Aguarela é meu e escrevo com as datas que me apetecer (assim em jeito de «it’s my party and I cry if I want to»). Mas – apesar do meu quê de infantilidade que até bateria certo – estou longe de ser assim tão segura e auto-confiante.
Excluindo alturas de maior sufoco profissional, a verdade é que o desfasamento temporal me permite olhar para determinados acontecimentos com outros olhos. Certos assuntos tornam-se mais facilmente descritíveis passado o “período de nojo”, como acontece com o acidente de carro. Consigo, inclusivamente, dar-lhe um toque humorístico num post, apesar de ter sido uma experiência particularmente assustadora.
Por outro lado, se há alturas em que apetece escrever quando o estado de alma é especialmente penoso, também pode ser bem pensado optar, precisamente, por não explorar angústias e escrever menos nos dias que custam mais a passar. Isto é, deixar as tristezas para dias mais felizes (que los hay los hay e acabam por não ser tão poucos quanto isso).
No fundo, no fundo, ter um blog é terapêutico. Deve ser por isso que é tão viciante.
Poderia afirmar peremptoriamente que o Aguarela é meu e escrevo com as datas que me apetecer (assim em jeito de «it’s my party and I cry if I want to»). Mas – apesar do meu quê de infantilidade que até bateria certo – estou longe de ser assim tão segura e auto-confiante.
Excluindo alturas de maior sufoco profissional, a verdade é que o desfasamento temporal me permite olhar para determinados acontecimentos com outros olhos. Certos assuntos tornam-se mais facilmente descritíveis passado o “período de nojo”, como acontece com o acidente de carro. Consigo, inclusivamente, dar-lhe um toque humorístico num post, apesar de ter sido uma experiência particularmente assustadora.
Por outro lado, se há alturas em que apetece escrever quando o estado de alma é especialmente penoso, também pode ser bem pensado optar, precisamente, por não explorar angústias e escrever menos nos dias que custam mais a passar. Isto é, deixar as tristezas para dias mais felizes (que los hay los hay e acabam por não ser tão poucos quanto isso).
No fundo, no fundo, ter um blog é terapêutico. Deve ser por isso que é tão viciante.
Saturday, February 12, 2005
Sentimentos de superioridade quase, quase legítimos
[Em conversa com um amigo sueco]
- I’ve been better. Just had a car accident.
- Oh, those southern European countries…
- I’ve been better. Just had a car accident.
- Oh, those southern European countries…
Benditos
Os ex-namorados que nos trazem rosas e chocolates quando estamos de cama.
[Ai a desgraça partilhada…]
[Ai a desgraça partilhada…]
Friday, February 11, 2005
Rescaldo de uma invalidez temporária (V)
E não é que, para substituir uma companhia blogosférica que tanto me apraz, e da qual momentaneamente não posso usufruir, o encantador Francisco José Viegas me brinda com uma brilhante entrevista ao José Gil, no seu Livro Aberto, para alegrar uma noite que se antevia espinhosa.
Salvou – e com louvor – este exasperante dia de televisão a quatro canais.
Salvou – e com louvor – este exasperante dia de televisão a quatro canais.
Thursday, February 10, 2005
Rescaldo de uma invalidez temporária (IV)
Diz-nos Calvino que as cidades – no que eu leio homens e mulheres – se dividem em dois tipos: «as que continuam através dos anos e das mutações a dar forma aos seus desejos e aquelas em que os desejos ou conseguem aniquilar a cidade ou são eles aniquilados.»
[Calvino, Italo, 2003 [1972], Cidades Invisíveis. Lisboa: Editorial Teorema, pp. 37-38]
[Calvino, Italo, 2003 [1972], Cidades Invisíveis. Lisboa: Editorial Teorema, pp. 37-38]
Rescaldo de uma invalidez temporária (III)
Eu juro que me estou a esforçar. Insistentemente. Mas não consigo. Bate logo uma sonolência. A culpa não é tua, claro. Incentivos não me faltam: distrais-me, és boa companhia, intelectualmente estimulante. Eu até tenho vontade a toda a hora. Basta olhar para ti… Mas, assim que começo, não me consigo concentrar.
Enfim, tentamos mais uma vez?
A ver se é desta que consigo ler mais de duas páginas.
Enfim, tentamos mais uma vez?
A ver se é desta que consigo ler mais de duas páginas.
Visitas generosas (II)
- E o anúncio da Nikewomen?
- 20!
- 20? Também não é para tanto. Dou-lhe um 18.
- Não, não: 20! Para quem não se consegue mexer, hás-de convir que ela impressiona.
- 20!
- 20? Também não é para tanto. Dou-lhe um 18.
- Não, não: 20! Para quem não se consegue mexer, hás-de convir que ela impressiona.
Rescaldo de uma invalidez temporária (II)
Se o RAP sonhasse o quanto é citado no Fórum TSF…
[Fórum TSF? Este é, manifestamente, o primeiro sinal da demência.]
[Fórum TSF? Este é, manifestamente, o primeiro sinal da demência.]
Wednesday, February 09, 2005
A hipocrisia sai cara
Nunca ponho o cinto atrás, confesso. A não ser quando vou com a minha sobrinha, para dar o exemplo. O que, vendo bem as coisas, ainda é pior do que o «faz o que eu digo e não o que eu faço».
I didn’t even know what hit me
Estrondo, embate violento e cheiro desagradável a qualquer coisa tipo… foguetes (?). Seguido de duplo desmaio, que a donzela prefere se abstrair da confusão. Primeira preocupação ao acordar: amigos. Todos bem. Alívio. Começa a chegar o aparato todo: INEM, ambulâncias, paramédicos. Inaugura-se a sessão de perguntas. Sim, sinto o corpo todo; sei dizer o meu nome; lembro-me que ia atrás; pois, sem cinto; acho que fui parar ao chão; sim, entre o banco de trás e o da frente; eu sei, eu sei, muita sorte dentro do azar.
Imobilização e transporte para a ambulância especialmente intimidantes. Umas lágrimas para desanuviar. O paramédico é um amor. Fique descansada: é só uma questão de precaução. Aparece o médico do INEM. Onde lhe dói? Pernas, bacia e costas. Deixe ver. (Merda. Não tenho a depilação feita. Estava a guardar-me para a viagem para a semana a Barcelona.) Tem umas escoriações mas não parece ter nada partido. E aproveita para mostrar ao paramédico. (Dupla vergonha e não nos ficaremos certamente por aqui.)
Irmã não tardou. Umas festinhas e palavras doces vêm mesmo a calhar.
Chegada ao hospital. Recebida por uma enfermeira bruta como as casas. Muitas dores. Tirar as calças é um suplício. E a desinfectar as feridas ela mostra a sua mais profunda sensibilidade. (Só não a descomponho porque a presença da minha irmã é dissuasora e não quero que lhe digam amanhã, quando vier trabalhar, que sou um bocado pró histérica.) Entretanto começam a chegar os amigos que foram informados. Ela faz questão de lhes dizer que não é nada e mostrar-lhe as escoriações das pernas. (Juro que grito se mais alguém me levanta o lençol.)
Um monte de radiografias. Continuo a implorar por um comprimido. Ainda não: podem mascarar algum problema. Então qualquer coisa para eu dormir. Não: precisamos de ver se não se sente tonta ou sonolenta por causa do acidente. Saem os resultados. Nada partido. Ainda bem mas então como é possível não me conseguir mexer? É do traumatismo do acidente. O embate foi forte. Bem sei. (Sinto-me como aqueles bonecos nos testes de acidente.)
A enfermeira, minha amiguinha, volta para me ver, a mastigar pastilha de boca aberta e com ar de desprezo. Então, não tinha nada, pois não? Não, mas continuo cheia de dores. Ri-se. Hoje não é nada; amanhã é que vai ver o que lhe vai doer. (E a vontade que tenho de lhe puxar os cabelos.)
O meu reino por um pain-killer. E eis que chega, finalmente, mas em forma de… injecção. E já adivinham onde.
Imobilização e transporte para a ambulância especialmente intimidantes. Umas lágrimas para desanuviar. O paramédico é um amor. Fique descansada: é só uma questão de precaução. Aparece o médico do INEM. Onde lhe dói? Pernas, bacia e costas. Deixe ver. (Merda. Não tenho a depilação feita. Estava a guardar-me para a viagem para a semana a Barcelona.) Tem umas escoriações mas não parece ter nada partido. E aproveita para mostrar ao paramédico. (Dupla vergonha e não nos ficaremos certamente por aqui.)
Irmã não tardou. Umas festinhas e palavras doces vêm mesmo a calhar.
Chegada ao hospital. Recebida por uma enfermeira bruta como as casas. Muitas dores. Tirar as calças é um suplício. E a desinfectar as feridas ela mostra a sua mais profunda sensibilidade. (Só não a descomponho porque a presença da minha irmã é dissuasora e não quero que lhe digam amanhã, quando vier trabalhar, que sou um bocado pró histérica.) Entretanto começam a chegar os amigos que foram informados. Ela faz questão de lhes dizer que não é nada e mostrar-lhe as escoriações das pernas. (Juro que grito se mais alguém me levanta o lençol.)
Um monte de radiografias. Continuo a implorar por um comprimido. Ainda não: podem mascarar algum problema. Então qualquer coisa para eu dormir. Não: precisamos de ver se não se sente tonta ou sonolenta por causa do acidente. Saem os resultados. Nada partido. Ainda bem mas então como é possível não me conseguir mexer? É do traumatismo do acidente. O embate foi forte. Bem sei. (Sinto-me como aqueles bonecos nos testes de acidente.)
A enfermeira, minha amiguinha, volta para me ver, a mastigar pastilha de boca aberta e com ar de desprezo. Então, não tinha nada, pois não? Não, mas continuo cheia de dores. Ri-se. Hoje não é nada; amanhã é que vai ver o que lhe vai doer. (E a vontade que tenho de lhe puxar os cabelos.)
O meu reino por um pain-killer. E eis que chega, finalmente, mas em forma de… injecção. E já adivinham onde.
Monday, February 07, 2005
Sunday, February 06, 2005
Sobre a suposta recuperação do PSD
O Pedro Santana Lopes julga-se francamente melhor do que é. O curioso é que é precisamente essa auto-confiança que lhe permite ir mais longe do que alguma vez iria, caso tivesse efectivamente noção da realidade.
Saturday, February 05, 2005
Friday, February 04, 2005
I keep on running back to you
Em certas circunstâncias, é inequívoco que a distância traz tranquilidade e a proximidade angústia. Logo, a opção não deveria ser propriamente difícil. A verdade é que, perante a serenidade e o desassossego, há quem prefira, irreflectidamente, trocar a primeira pelo segundo.
Talvez porque, emocionalmente, o refúgio não nos proteja de tudo. A entrega pode vir a doer no coração mas entretanto fá-lo renascer.
Talvez porque, emocionalmente, o refúgio não nos proteja de tudo. A entrega pode vir a doer no coração mas entretanto fá-lo renascer.
Thursday, February 03, 2005
Blog zapping (VIII)
«Sim é deslumbrante. O amor é sempre deslumbrante. Uma mentira magnífica, como deus, a paz, a felicidade.»
[Luís, 2046]
[Luís, 2046]
Não me deixe só
(Vanessa da Mata)
Não me deixe só
Eu tenho medo do escuro
Eu tenho medo do inseguro
Dos fantasmas da minha voz
Não me deixe só
Eu tenho medo do escuro
Eu tenho medo do inseguro
Dos fantasmas da minha voz
Não me deixe só
Tenho desejos maiores
Eu quero beijos intermináveis
Até que os lábios mudem de cor
Não me deixe só
Eu tenho medo do escuro
Eu tenho medo do inseguro
Dos fantasmas da minha voz
Não me deixe só
Que o meu destino é raro
Eu não preciso que seja caro
Quero gosto sincero de amor
Fique mais
Que eu gostei de ter você
Não vou mais querer ninguém
Agora que sei quem me faz bem
Não me deixe só
Que eu saio na capoeira
Sou perigosa, sou macumbeira
Eu sou de paz, eu sou do bem
Mas não me deixe só
Eu tenho medo do escuro
Eu tenho medo do inseguro
Dos fantasmas da minha voz
Não me deixe só
Não me deixe só
Eu tenho medo do escuro
Eu tenho medo do inseguro
Dos fantasmas da minha voz
Não me deixe só
Eu tenho medo do escuro
Eu tenho medo do inseguro
Dos fantasmas da minha voz
Não me deixe só
Tenho desejos maiores
Eu quero beijos intermináveis
Até que os lábios mudem de cor
Não me deixe só
Eu tenho medo do escuro
Eu tenho medo do inseguro
Dos fantasmas da minha voz
Não me deixe só
Que o meu destino é raro
Eu não preciso que seja caro
Quero gosto sincero de amor
Fique mais
Que eu gostei de ter você
Não vou mais querer ninguém
Agora que sei quem me faz bem
Não me deixe só
Que eu saio na capoeira
Sou perigosa, sou macumbeira
Eu sou de paz, eu sou do bem
Mas não me deixe só
Eu tenho medo do escuro
Eu tenho medo do inseguro
Dos fantasmas da minha voz
Não me deixe só
Wednesday, February 02, 2005
Tuesday, February 01, 2005
Momento Ally McBeal
Ontem, enquanto falavas, dei-te um beijo. Longo, bem demorado. Daqueles que parecem durar uma eternidade mas que, ainda assim, sabem a pouco quando terminam. Dissertavas sobre qualquer coisa que me pareceu a milhas de distância, já nem me lembro o quê. Não fechei os meus olhos para poder rever bem os teus, como sempre fizemos.
E hoje não me sai da cabeça – o beijo que te dei sem te dar.
[Sim, querida I., eu também me apanho às vezes a cantar «can’t get enough of your love, baby»]
E hoje não me sai da cabeça – o beijo que te dei sem te dar.
[Sim, querida I., eu também me apanho às vezes a cantar «can’t get enough of your love, baby»]
Subscribe to:
Posts (Atom)