E, já agora, uma boa passagem de ano. Até para aqueles que a costumam passar debaixo da cama.
Friday, December 31, 2004
Do que eu mais gosto na blogosfera (I)
Os balanços de final do ano dos meus blogs favoritos, em termos de livros, músicas e filmes. Direitinhos para o meu bloco de notas.
Thursday, December 30, 2004
Superstições
- Tanguinha azul para o início de 2005? Nem pensar.
- Já viste a quantidade de funerais a que foste este ano? Deixa-te de pudores. Anda, vamos às compras.
E lá me deixei convencer. Várias voltas depois e prestes a ganhar juízo e desistir (estavam todas esgotadas porque afinal não é só a A. que tem esta paranóia que ela jura a pés juntos que resulta), lá consegui entrar na última loja de lingerie com a última tanguinha azul clarinha à venda para o ano novo.
A vendedora é simpática (demais) e mostra-me os vários modelos – boxer, cueca, asa delta… – antes de chegar à tão ansiada tanguinha. Enquanto me confirma que é uma bela compra – «são bonitas, macias e sexys» –, confidencia-me que também tem uma superstição: umas cuecas fio dental de renda vermelha, «mas comigo é para a noite da passagem de ano», diz com ar malicioso. Tive, de repente, um flash de como ela ficaria – a rapariga era… como hei-de dizer… assim pró grandita (e renda vermelha não é bem o meu género). Corei, contive o sorriso, chamei-me uns quantos nomes por me ter deixado levar, paguei e agradeci. «E se funciona», diz ela bem alto, quando eu já ia a sair.
Isto de começar o ano novo com a lingerie certa tem muito que se lhe diga.
- Já viste a quantidade de funerais a que foste este ano? Deixa-te de pudores. Anda, vamos às compras.
E lá me deixei convencer. Várias voltas depois e prestes a ganhar juízo e desistir (estavam todas esgotadas porque afinal não é só a A. que tem esta paranóia que ela jura a pés juntos que resulta), lá consegui entrar na última loja de lingerie com a última tanguinha azul clarinha à venda para o ano novo.
A vendedora é simpática (demais) e mostra-me os vários modelos – boxer, cueca, asa delta… – antes de chegar à tão ansiada tanguinha. Enquanto me confirma que é uma bela compra – «são bonitas, macias e sexys» –, confidencia-me que também tem uma superstição: umas cuecas fio dental de renda vermelha, «mas comigo é para a noite da passagem de ano», diz com ar malicioso. Tive, de repente, um flash de como ela ficaria – a rapariga era… como hei-de dizer… assim pró grandita (e renda vermelha não é bem o meu género). Corei, contive o sorriso, chamei-me uns quantos nomes por me ter deixado levar, paguei e agradeci. «E se funciona», diz ela bem alto, quando eu já ia a sair.
Isto de começar o ano novo com a lingerie certa tem muito que se lhe diga.
Wednesday, December 29, 2004
Amores Perros
O Natal passou-se de volta a casa dos pais. O nosso cão andou eufórico durante o fim-de-semana. No dia a seguir, quando regressei chez moi, não comeu o dia todo. Desconfio que será difícil encontrar um homem que faça uma greve de fome por mim.
Já tinha estranhado
Bate certo
«The Presidential Medal of Freedom is the Nation's highest civil award. It is awarded by the President of the United States to persons who have made especially meritorious contributions to the security or national interests of the United States, to world peace, or to cultural or other significant public or private endeavors.»
George W. Bush atribuiu-a, recentemente, a George Tenet, director da CIA aquando da decisão de intervir no Iraque; a Tommy Franks, que liderou a invasão militar e ficou encarregue da segurança no país; e a Paul Bremer, responsável pela ocupação.
George W. Bush atribuiu-a, recentemente, a George Tenet, director da CIA aquando da decisão de intervir no Iraque; a Tommy Franks, que liderou a invasão militar e ficou encarregue da segurança no país; e a Paul Bremer, responsável pela ocupação.
Sunday, December 26, 2004
Não querendo ser mazinha
Há certas mensagens nesta quadra para as quais não há explicação.
Sabendo que é com a melhor das intenções e correndo o risco de ser injusta, aquelas demasiado elaboradas e “profundas” levam-me as mãos à cabeça; decididamente, entre um extremo e o outro, prefiro o género mais básico que circulou este ano: «Bom Natal, pá».
Sabendo que é com a melhor das intenções e correndo o risco de ser injusta, aquelas demasiado elaboradas e “profundas” levam-me as mãos à cabeça; decididamente, entre um extremo e o outro, prefiro o género mais básico que circulou este ano: «Bom Natal, pá».
Tenho uma lágrima no canto do olho
«Na política também pode haver Natal.»
Diz Santana Lopes, no seu discurso para este dia. Que profundo.
Diz Santana Lopes, no seu discurso para este dia. Que profundo.
Saturday, December 25, 2004
O Natal dos Hospitais para alguns
Doentes internados que pedem para lhes ser adiada a alta, sabendo de antemão que as respectivas famílias não os virão buscar; doentes que surgem dia 24, invocando uma “dor não identificada”, apenas para não passarem o Natal sozinhos.
Friday, December 24, 2004
Thursday, December 23, 2004
Desafio natalício
As famílias católicas, como a minha, tinham um enorme desafio pela frente no que diz respeito à educação religiosa das suas crianças mais pequenas, assim que se começava a aproximar esta altura do ano.
O Pai Natal, apesar de Santo, surge rodeado de um paganismo que não agrada muito às famílias mais tradicionais. Pior do que isso, aparece envolto numa aura que ofusca – de forma quase herege – Aquele que deveria ser o verdadeiro contemplado em termos de atenções e cuidados nesta época natalícia.
Não conseguindo competir nem lutar contra o mediatismo do Pai Natal, restava, então, tentar remetê-lo para segundo plano. Lá em casa optou-se por dizer, desde sempre, que quem dava as prendas era o menino Jesus (o destinatário das minhas cartas nunca foi outro) e era Ele quem decidia se os pedidos eram ou não merecidos, consoante o comportamento durante todo o ano – esta ameaça causava calafrios, lembro-me bem. Para o Pai Natal sobrava o papel de «entrega ao domicílio». Com um ou outro adorno pitoresco, como as renas e o fato vermelho, mas, no fundo, no fundo, o Pai Natal aparecia apenas como um empregado de confiança d’Aquele que verdadeiramente mexia os cordelinhos. E assim se passavam as Festas durante alguns anos, normalmente até as crianças começarem a ouvir o murmurinho na escola de que o tal velhote de barbas, na verdade, não existia.
A grande prova de fogo a partir daí era impedir que, assim que o Pai Natal se revelava fictício, o menino Jesus fosse pelo mesmo caminho.
O Pai Natal, apesar de Santo, surge rodeado de um paganismo que não agrada muito às famílias mais tradicionais. Pior do que isso, aparece envolto numa aura que ofusca – de forma quase herege – Aquele que deveria ser o verdadeiro contemplado em termos de atenções e cuidados nesta época natalícia.
Não conseguindo competir nem lutar contra o mediatismo do Pai Natal, restava, então, tentar remetê-lo para segundo plano. Lá em casa optou-se por dizer, desde sempre, que quem dava as prendas era o menino Jesus (o destinatário das minhas cartas nunca foi outro) e era Ele quem decidia se os pedidos eram ou não merecidos, consoante o comportamento durante todo o ano – esta ameaça causava calafrios, lembro-me bem. Para o Pai Natal sobrava o papel de «entrega ao domicílio». Com um ou outro adorno pitoresco, como as renas e o fato vermelho, mas, no fundo, no fundo, o Pai Natal aparecia apenas como um empregado de confiança d’Aquele que verdadeiramente mexia os cordelinhos. E assim se passavam as Festas durante alguns anos, normalmente até as crianças começarem a ouvir o murmurinho na escola de que o tal velhote de barbas, na verdade, não existia.
A grande prova de fogo a partir daí era impedir que, assim que o Pai Natal se revelava fictício, o menino Jesus fosse pelo mesmo caminho.
Sunday, December 19, 2004
Saturday, December 18, 2004
Darcymania

Comprei o meu primeiro mimo deste Natal: o DVD do Pride and Prejudice, a série da BBC que é uma reprodução fidelíssima do romance da Jane Austen, com o deslumbrante Colin Firth.
Já tinha ido mais do que uma vez à FNAC de propósito ver se o via e da última vez que perguntei devo ter feito um olhar de cachorro abandonado tal que o simpático rapazinho que me atendeu disse com ar de compaixão «Antes do Natal, vem certamente antes do Natal».
E veio. E escusado será dizer que papei a série toda – toda mesmo – no primeiro dia do fim-de-semana.
Friday, December 17, 2004
Liberdade: 1; segurança: 0
PS – O Público queria, obviamente, afirmar que a decisão tinha sido baseada na violação de direitos inscritos na Convenção Europeia dos Direitos Humanos (do Conselho da Europa) e não na «Constituição Europeia dos Direitos do Homem».
Thursday, December 16, 2004
Dentro da blogosfera
Wednesday, December 15, 2004
Não fui eu que disse
«Eu não faço auto-elogios, mas note o que se diz do Ministro da Defesa.»
E segue-se uma enumeração das medidas – que foram, de facto, muitas – com aquela pose.
Afinal sempre vale a pena ouvir o Paulo Portas.
[RTP 1, “Grande Entrevista”, 15.12.2004]
E segue-se uma enumeração das medidas – que foram, de facto, muitas – com aquela pose.
Afinal sempre vale a pena ouvir o Paulo Portas.
[RTP 1, “Grande Entrevista”, 15.12.2004]
Monday, December 13, 2004
O temível jantar de Natal do emprego
Tenho a declarar que o meu jantar de Natal não foi assim tão mau como quase toda a blogosfera tem vindo a retratar.
À partida, nem todos os presentes poderão ser inteiramente insossos; é tudo uma questão de escolher estrategicamente a mesa. Este ano, por entre os conhecidos com quem já não se faz cerimónia, houve alguém em particular que fez a festa toda. Rapaz dos seus trinta e muitos anos, que eu mal conhecia, pareceu-me, desde o início, inesperadamente animado para a ocasião. Começou por insistir em combinarmos programas «radicais», desde paintball, até percursos de BTT, asa delta ou mesmo bungy jumping – claramente a apelar à sua boa forma física e espírito aventureiro. Pouco depois e a pretexto da estadia de dois “colegas” [teve de ser] no Brasil e da apologia do modo de vida brasileiro e das brasileiras em especial, não se conteve e a conversa não tardou a descambar, como já estarão a adivinhar, para um assunto deveras interessante: «gajas». Sociáveis, bonitas, com um “corpo simpático”, bla-bla-bla, bla-bla-bla… e assim se foi prolongando o jantar. Do mal o menos, pensei eu, sempre se passava benzinho uma noite predestinada a ser entediante.
Confesso, porém, que já estava a estranhar tanta sede ao pote, até que alguém lhe pergunta: «olha lá, já te divorciaste ou quê?» E ele responde, com um brilho no olhar: «Assinei hoje os papéis, pá. A partir de agora é sempre a abrir!»
Não sei como não desconfiei logo. Típico de homens em sofrimento.
À partida, nem todos os presentes poderão ser inteiramente insossos; é tudo uma questão de escolher estrategicamente a mesa. Este ano, por entre os conhecidos com quem já não se faz cerimónia, houve alguém em particular que fez a festa toda. Rapaz dos seus trinta e muitos anos, que eu mal conhecia, pareceu-me, desde o início, inesperadamente animado para a ocasião. Começou por insistir em combinarmos programas «radicais», desde paintball, até percursos de BTT, asa delta ou mesmo bungy jumping – claramente a apelar à sua boa forma física e espírito aventureiro. Pouco depois e a pretexto da estadia de dois “colegas” [teve de ser] no Brasil e da apologia do modo de vida brasileiro e das brasileiras em especial, não se conteve e a conversa não tardou a descambar, como já estarão a adivinhar, para um assunto deveras interessante: «gajas». Sociáveis, bonitas, com um “corpo simpático”, bla-bla-bla, bla-bla-bla… e assim se foi prolongando o jantar. Do mal o menos, pensei eu, sempre se passava benzinho uma noite predestinada a ser entediante.
Confesso, porém, que já estava a estranhar tanta sede ao pote, até que alguém lhe pergunta: «olha lá, já te divorciaste ou quê?» E ele responde, com um brilho no olhar: «Assinei hoje os papéis, pá. A partir de agora é sempre a abrir!»
Não sei como não desconfiei logo. Típico de homens em sofrimento.
Sunday, December 12, 2004
Friday, December 10, 2004
Conversas de café
[empregado para um casal] – O costume? Dois cafés e um pastel de nata?
[ela] - Só os dois cafés, por favor. Amor, achas que estou mais gorda?
[ele, sem parar de ler o jornal] - Ó querida, pensa nas crianças-soldado em África.
[ela] - Só os dois cafés, por favor. Amor, achas que estou mais gorda?
[ele, sem parar de ler o jornal] - Ó querida, pensa nas crianças-soldado em África.
Wednesday, December 08, 2004
Hollywood é que ainda não se rendeu aos brasileiros
Jude Law: o homem mais sexy do mundo?
Não lhe negaria colinho, certamente, mas as minhas preferências vão mais para o sul do outro lado do Atlântico.
[Não há dúvida: a minha pátria é a língua portuguesa. Ai não…]
Não lhe negaria colinho, certamente, mas as minhas preferências vão mais para o sul do outro lado do Atlântico.

[Não há dúvida: a minha pátria é a língua portuguesa. Ai não…]
Tuesday, December 07, 2004
Rejubilando-me (vergonhosamente) com a desgraça alheia
Como dizia a Joana, neste jogo ficamos sempre a ganhar: perca o Mourinho ou o FCP.
Raramente a vida é tão pouco angustiante.
Raramente a vida é tão pouco angustiante.
Sunday, December 05, 2004
I Could Have Danced All Night
(Lerner-Lowe)
Bed? Bed -- I couldn't go to bed
My head's too light to try to settle down
Sleep? Sleep -- I couldn't sleep tonight
Not for all the jewels in the crown!
I could have danced all night
I could have danced all night
And still have begged for more
I could have spread my wings
And done a thousand things
I'd never done before
I'll never know what made it so exciting
When all at once my heart took flight
I only know when he began to dance with me
I could have danced, danced, danced..all night
Mrs. Pearce:It's after three now
don't you agree now
she ought to be in bed
Eliza: I could've danced...
Mrs. Pearce: Your time is up
Eliza: all night...
Mrs. Pearce: You must be dead
Eliza: I could have danced...
Mrs. Pearce: Your face is drawn
Eliza: all night...
Mrs. Pearce: Your eyes are red
Eliza: And still...
Mrs. Pearce: Now say goodnight
Eliza: have begged...
Mrs. Pearce: please, turn out the light
Eliza: for more.
Mrs. Pearce: please, it's really time for you to be in bed
Eliza: I could have spread...
Mrs. Pearce: Just come along
Eliza: my wings...
Mrs. Pearce: do as you're told
Eliza: and done a thousand...
Mrs. Pearce: or Mr. Finch
Eliza: things
Mrs. Pearce: is apt to scold
Eliza: I'd nev-
Mrs. Pearce: you're up too late
Eliza: -er done...
Mrs. Pearce: Please, I'm sure it's late
Eliza: before.
Mrs. Pearce: please, or as sure as Fate you'll catch a cold
Eliza: I'll never know what made it so exciting
When all at once my heart took flight
I only know
Mrs. Pearce: put down that book
Eliza: when he...
Mrs. Pearce: the book can keep
Eliza: began to dance...
Mrs. Pearce: now settle down
Eliza: with me...
Mrs. Pearce: and go to sleep
Eliza: I could have...
Eliza & Mrs. Pearce: ...danced, danced, danced...all night.
[Para a I., que anda com musicais na cabeça. (para ver, só a versão original; para ouvir, a do Jamie Cullum não está má de todo)]
Bed? Bed -- I couldn't go to bed
My head's too light to try to settle down
Sleep? Sleep -- I couldn't sleep tonight
Not for all the jewels in the crown!
I could have danced all night
I could have danced all night
And still have begged for more
I could have spread my wings
And done a thousand things
I'd never done before
I'll never know what made it so exciting
When all at once my heart took flight
I only know when he began to dance with me
I could have danced, danced, danced..all night
Mrs. Pearce:It's after three now
don't you agree now
she ought to be in bed
Eliza: I could've danced...
Mrs. Pearce: Your time is up
Eliza: all night...
Mrs. Pearce: You must be dead
Eliza: I could have danced...
Mrs. Pearce: Your face is drawn
Eliza: all night...
Mrs. Pearce: Your eyes are red
Eliza: And still...
Mrs. Pearce: Now say goodnight
Eliza: have begged...
Mrs. Pearce: please, turn out the light
Eliza: for more.
Mrs. Pearce: please, it's really time for you to be in bed
Eliza: I could have spread...
Mrs. Pearce: Just come along
Eliza: my wings...
Mrs. Pearce: do as you're told
Eliza: and done a thousand...
Mrs. Pearce: or Mr. Finch
Eliza: things
Mrs. Pearce: is apt to scold
Eliza: I'd nev-
Mrs. Pearce: you're up too late
Eliza: -er done...
Mrs. Pearce: Please, I'm sure it's late
Eliza: before.
Mrs. Pearce: please, or as sure as Fate you'll catch a cold
Eliza: I'll never know what made it so exciting
When all at once my heart took flight
I only know
Mrs. Pearce: put down that book
Eliza: when he...
Mrs. Pearce: the book can keep
Eliza: began to dance...
Mrs. Pearce: now settle down
Eliza: with me...
Mrs. Pearce: and go to sleep
Eliza: I could have...
Eliza & Mrs. Pearce: ...danced, danced, danced...all night.

[Para a I., que anda com musicais na cabeça. (para ver, só a versão original; para ouvir, a do Jamie Cullum não está má de todo)]
Saturday, December 04, 2004
Para ajudar a expurgar a dor

Ingredientes
- 1 L leite
- 1 lata de leite condensado
- 3 colheres (sopa) de chocolate em pó
- 1 colher (sobremesa) de café solúvel
- 2 paus de canela
- 2 fatias (1 cm espessura) de laranja com a casca
Modo de Preparação
Mistura o leite, o leite condensado, o chocolate e o café. Se quiseres, bate no liquidificador. Em seguida, leva ao lume. Acrescenta a canela e as fatias de laranja. Deixa ferver. Retira as fatias de laranja para servir. E se estiveres numa de gulodice, serve com chantilly e, por cima, polvilha um pouco de canela em pó.
Friday, December 03, 2004
O poder dos media versus o poder da mente
Os resumos das peripécias governamentais destes últimos quatro meses, de que se têm encarregue actualmente os meios de comunicação social, são arrepiantes.
Não é que estas nos tenham propriamente passado ao lado, mas, com o decorrer do tempo, a nossa memória selectiva vai esquecendo oportunamente os detalhes sórdidos, ainda que garanta uma sólida opinião face ao panorama geral.
As actuais reportagens têm reiteradamente reavivado as nossas lembranças deste conturbado período, enumerando e pormenorizando os acontecimentos de forma particularmente penosa: as danças de pastas, as sestas, as mini-férias, os atrasos, os adiamentos, a falta de coordenação, a sobre-exposição, os tiques de autoritarismo… It ain’t a pretty sight.
E bastante mais grave do que a redefinição destas reminiscências é constatar, como dizia o Francisco, que «nós éramos os derrotados antes da derrota de Santana».
Não é que estas nos tenham propriamente passado ao lado, mas, com o decorrer do tempo, a nossa memória selectiva vai esquecendo oportunamente os detalhes sórdidos, ainda que garanta uma sólida opinião face ao panorama geral.
As actuais reportagens têm reiteradamente reavivado as nossas lembranças deste conturbado período, enumerando e pormenorizando os acontecimentos de forma particularmente penosa: as danças de pastas, as sestas, as mini-férias, os atrasos, os adiamentos, a falta de coordenação, a sobre-exposição, os tiques de autoritarismo… It ain’t a pretty sight.
E bastante mais grave do que a redefinição destas reminiscências é constatar, como dizia o Francisco, que «nós éramos os derrotados antes da derrota de Santana».
Thursday, December 02, 2004
O nosso amor é lindo, tão lindo…
Não consigo impedir a minha imaginação de começar a borbulhar assim que me deparo com uma declaração pública de amor no mais visto dos blogs portugueses.
Rapidamente emerge na minha cabeça a figura do casal adolescente, com borbulhas e aparelho nos dentes, que namora há pouco tempo, usa e abusa de palavras intensas e tem como hobby cogitar sobre formas de agradar ao outro quase em jeito de competição. Ele tem a ideia primeiro, regozija-se, denuncia o “acto de amor” via sms – «Quem tem uma surpresa nos comentários do Barnabé do dia 29?» – e, por entre um risinho comprometedor que espera ser recíproco, aguarda os frutos da sua dedicação.
[Adenda: calculo que o meu frívolo passatempo decorra do simples facto do blog não ser meu. O André, tal como os seus companheiros de posts, provavelmente classificam tais manifestações de spam e prefeririam um retorno à famigerada porta da casa-de-banho pública.]
Rapidamente emerge na minha cabeça a figura do casal adolescente, com borbulhas e aparelho nos dentes, que namora há pouco tempo, usa e abusa de palavras intensas e tem como hobby cogitar sobre formas de agradar ao outro quase em jeito de competição. Ele tem a ideia primeiro, regozija-se, denuncia o “acto de amor” via sms – «Quem tem uma surpresa nos comentários do Barnabé do dia 29?» – e, por entre um risinho comprometedor que espera ser recíproco, aguarda os frutos da sua dedicação.
[Adenda: calculo que o meu frívolo passatempo decorra do simples facto do blog não ser meu. O André, tal como os seus companheiros de posts, provavelmente classificam tais manifestações de spam e prefeririam um retorno à famigerada porta da casa-de-banho pública.]
Wednesday, December 01, 2004

Vi ontem uma parte d’A América de Michael Moore (The Awful Truth) – o documentário que se propõe retratar a «realidade nua e crua» dos EUA em jeito de entretenimento. O tema era a homossexualidade vista pelos olhos dos grupos homofóbicos extremistas que apoiam a aplicação das leis anti-sodomia nos treze estados norte-americanos que ainda não as revogaram ou suspenderam. Daqueles que se manifestam nas ruas com cartazes a dizer «Gays burn in hell», encabeçados pelo odioso Reverendo Fred Phelps do Kansas – quem mais? – que faz de modo de vida incitar este ódio um pouco por todo o país. (Estamos a falar de alguém que reuniu o seu grupinho e foi especialmente a Nova Iorque, a seguir aos atentados, agradecer a Deus o 11 de Setembro porque o «FDNY is a fag fire department».)
É, como podem imaginar, um espectáculo verdadeiramente deprimente. Pelo ridículo de tudo aquilo, mas principalmente porque o apoio a estas leis vincadamente discriminatórias é apenas a ponta do iceberg – isto é, a ponta legal de um iceberg social e moral.
Mais deprimente ainda – e revelando a insanidade que pauta estes grupos, se é que havia dúvidas – é ver um outro tipo de cartazes, orgulhosamente empunhados, que diziam «Thank God for AIDS».
Tuesday, November 30, 2004
Finalmente!
Parece estar para terminar a novela em que este país andava enredado.
Em quatro meses as críticas foram devastadoras: produção fracassada, graves erros de casting, banda sonora entediante, textos medíocres, vocação desastrosa para o dramalhão, demasiados efeitos especiais e muito pouca acção… enfim, tudo o que o trailer já fazia prever mesmo antes deste folhetim ir para o ar.
Em quatro meses as críticas foram devastadoras: produção fracassada, graves erros de casting, banda sonora entediante, textos medíocres, vocação desastrosa para o dramalhão, demasiados efeitos especiais e muito pouca acção… enfim, tudo o que o trailer já fazia prever mesmo antes deste folhetim ir para o ar.
Sunday, November 28, 2004
É intrigante
A ideia de baleias poderem cometer suicídio colectivo.
Revela, antes de mais, uma recusa em aceitar a explicação mais trivial de que várias dezenas se limitam a seguir a que vai à frente (que supostamente procura recursos mais próximos da costa), acabando todas por encalhar na areia e morrer.
Daqui decorre a rejeição da inevitabilidade e, consequentemente, da banalidade das suas mortes. Mas vai muito além disto. Parece uma insistência em descobrir uma emotividade, em conferir verdadeiros estados de alma, como a angústia ou o desespero, a estes animais.
Trata-se, no final de contas, de uma tentativa de humanização extremamente curiosa.
Revela, antes de mais, uma recusa em aceitar a explicação mais trivial de que várias dezenas se limitam a seguir a que vai à frente (que supostamente procura recursos mais próximos da costa), acabando todas por encalhar na areia e morrer.
Daqui decorre a rejeição da inevitabilidade e, consequentemente, da banalidade das suas mortes. Mas vai muito além disto. Parece uma insistência em descobrir uma emotividade, em conferir verdadeiros estados de alma, como a angústia ou o desespero, a estes animais.
Trata-se, no final de contas, de uma tentativa de humanização extremamente curiosa.
Thursday, November 25, 2004
Há males que vêm por bem
É um facto que a formulação da pergunta do referendo sobre o Tratado constitucional da União Europeia não é a mais atractiva para um público já de si relutante em ir votar neste tipo de matérias. E dou o benefício da dúvida de que poderá incentivar um ainda maior alheamento por parte daqueles que criticam o fosso entre os políticos e os cidadãos. No entanto, dada a impossibilidade, por motivos constitucionais, de a redigir de uma forma directa (aliada à recusa de aproveitar a última revisão constitucional para retirar este entrave), a opção de especificar as novidades trazidas por este tratado – a Carta dos Direitos Fundamentais, a votação por maioria qualificada, e as alterações institucionais – não me parece errada. Permite aprofundar precisamente estes temas que ainda confundem a maioria dos cidadãos e, mais importante do que isso, pode e deve propiciar um debate sobre o que correcta ou incorrectamente ficou de fora.
O nevoeiro que pairou sobre o referendo a pretexto da pergunta – e que parece difícil de dissipar – não é, de todo, a melhor estratégia. Além disso, parece-me desonesto partir do princípio de que tudo o que envolve esta questão ficará por esclarecer. Não é para resolver esse problema que serve a campanha de informação que antecederá o referendo? Não é por isto, antes de mais, que os vários partidos, independentemente da sua posição sobre esta matéria, se devem bater?
É verdade que muito do que está contido na Constituição já é prática corrente no seio da União e da Comunidade e os portugueses nunca foram ouvidos nem achados. O referendo representa, porém, uma excelente oportunidade para realizar um verdadeiro debate nacional sobre questões relativamente às quais deveríamos estar francamente melhor informados.
Polémica pela polémica é, em geral, estéril. Mas esta polémica pode vir a ter os seus frutos se for capitalizada da melhor forma por ambos opositores e apoiantes do novo tratado - como, infelizmente, apenas alguns têm vindo a fazer. Este debate interessa a todos os que pretendem votar em consciência – os que já estavam naturalmente interessados. Quanto aos outros, com esta ou com qualquer outra pergunta, o interesse seria provavelmente o mesmo.
O nevoeiro que pairou sobre o referendo a pretexto da pergunta – e que parece difícil de dissipar – não é, de todo, a melhor estratégia. Além disso, parece-me desonesto partir do princípio de que tudo o que envolve esta questão ficará por esclarecer. Não é para resolver esse problema que serve a campanha de informação que antecederá o referendo? Não é por isto, antes de mais, que os vários partidos, independentemente da sua posição sobre esta matéria, se devem bater?
É verdade que muito do que está contido na Constituição já é prática corrente no seio da União e da Comunidade e os portugueses nunca foram ouvidos nem achados. O referendo representa, porém, uma excelente oportunidade para realizar um verdadeiro debate nacional sobre questões relativamente às quais deveríamos estar francamente melhor informados.
Polémica pela polémica é, em geral, estéril. Mas esta polémica pode vir a ter os seus frutos se for capitalizada da melhor forma por ambos opositores e apoiantes do novo tratado - como, infelizmente, apenas alguns têm vindo a fazer. Este debate interessa a todos os que pretendem votar em consciência – os que já estavam naturalmente interessados. Quanto aos outros, com esta ou com qualquer outra pergunta, o interesse seria provavelmente o mesmo.
Wednesday, November 24, 2004
Resposta da R. ao meu melodrama
[ou “o Aguarela feito pelos seus leitores” – que são basicamente os amigos, porque mais ninguém tem paciência para as minhas pessegadas]
«Querida Aguarela:
Saltou-me a tampa. Sim, saltou. Os teus 47 kilos, a tender para os 95, deixaram-me estarrecida. Decidi escrever-te a sugerir-te o seguinte:
1) Compra uma porta blindada para o teu WC. Acho mais seguro.
2) Compra uns óculos para a tua Mãe, daqueles que distorcem a realidade.
3) Compra novos trapinhos que te tapem esse corpo horroroso com que Deus te brindou. Usa collants opacos. Nem pensar em saias acima do tornozelo. Abaixo (ou acima…) os decotes. Compra soutiens redutores (fazem efeito, acredita). E camisas à anos 80 – usam-se muito e são pouco decotadas.
4) Não prendas os teus caracóis – não vás ter 1 ou 2 estrias no pescoço.
5) Ah, já me esquecia, vê se começas a ir ao ginásio de burka.»
«Querida Aguarela:
Saltou-me a tampa. Sim, saltou. Os teus 47 kilos, a tender para os 95, deixaram-me estarrecida. Decidi escrever-te a sugerir-te o seguinte:
1) Compra uma porta blindada para o teu WC. Acho mais seguro.
2) Compra uns óculos para a tua Mãe, daqueles que distorcem a realidade.
3) Compra novos trapinhos que te tapem esse corpo horroroso com que Deus te brindou. Usa collants opacos. Nem pensar em saias acima do tornozelo. Abaixo (ou acima…) os decotes. Compra soutiens redutores (fazem efeito, acredita). E camisas à anos 80 – usam-se muito e são pouco decotadas.
4) Não prendas os teus caracóis – não vás ter 1 ou 2 estrias no pescoço.
5) Ah, já me esquecia, vê se começas a ir ao ginásio de burka.»
Tuesday, November 23, 2004
Bem-me-quer
Mais do que ninguém.
Se há certezas inabaláveis, esta é, sem dúvida, uma delas. Tudo o resto são mágoas inerentes a todos os relacionamentos. Perdoáveis, esquecíveis, tão pequeninas nestes dias.
Um beijo do tamanho do teu coração.
Se há certezas inabaláveis, esta é, sem dúvida, uma delas. Tudo o resto são mágoas inerentes a todos os relacionamentos. Perdoáveis, esquecíveis, tão pequeninas nestes dias.
Um beijo do tamanho do teu coração.
Sunday, November 21, 2004
Faz hoje um ano que morreu o F.
Era pouco mais velho do que eu. Uma idade que associada à morte se torna indizível.
O F. foi, para mim, um exemplo de coragem e, muito especialmente, de entrega. Passou os últimos meses rodeado da família, namorada e amigos. Passou os últimos meses rodeado de amor.
Porque só sabe ser amado quem sabe amar.
O F. foi, para mim, um exemplo de coragem e, muito especialmente, de entrega. Passou os últimos meses rodeado da família, namorada e amigos. Passou os últimos meses rodeado de amor.
Porque só sabe ser amado quem sabe amar.
Saturday, November 20, 2004
O MoMA reabriu hoje
Acabadinho de remodelar, com o dobro do espaço, repleto de todas as suas obras com lugar cativo e muitas outras.
Les Demoiselles d’Avignon, Pablo Picasso
Óleo sobre tela, 1907
Ui, bateu uma saudade de Nova Iorque…
[L., dás um pulinho à 53rd & Sixth por mim?]

Les Demoiselles d’Avignon, Pablo Picasso
Óleo sobre tela, 1907
Ui, bateu uma saudade de Nova Iorque…
[L., dás um pulinho à 53rd & Sixth por mim?]
Thursday, November 18, 2004
Esclarecimento
Esta música foi o momento alto do concerto da Bebel Gilberto, em Lisboa. Para este meu coração apaixonado, claro.
[A gerência pede desculpas por ter induzido em erro aqueles que já me viam a protagonizar o início de uma bela história de amor. No such luck. Mas traz lembranças. Doces lembranças.]

[A gerência pede desculpas por ter induzido em erro aqueles que já me viam a protagonizar o início de uma bela história de amor. No such luck. Mas traz lembranças. Doces lembranças.]
Monday, November 15, 2004
O meu ego não resiste mesmo ao escrutínio da minha Mãe
Hoje estreei uma camisola de gola alta daquelas bem grossas.
[e morri de calor]
[e morri de calor]
Sunday, November 14, 2004
As mães não deviam surpreender as filhas a tomar banho
Sou terminantemente contra estes encontros inesperados, a partir de uma certa idade. Nem é pela falta de privacidade. É porque, invariavelmente, acabo a ouvir: estás a ficar com barriga; e com mais estrias; tens que tratar dessa flacidez; antes de tu nasceres, eu pesava menos de 50 kilos…
E, invariavelmente, acabo a prometer: sim, Mãe, vou passar a ir a pé para o trabalho; sim, Mãe, vou voltar para o ginásio esta semana; sim, Mãe, vou deixar de atacar as compotas do Pain Quotidien; sim, Mãe, vou acabar com as castanhas que são a minha desgraça; [e já em desespero de causa] sim, Mãe, eu sei que o Inverno não tapa tudo!
E, invariavelmente, acabo a prometer: sim, Mãe, vou passar a ir a pé para o trabalho; sim, Mãe, vou voltar para o ginásio esta semana; sim, Mãe, vou deixar de atacar as compotas do Pain Quotidien; sim, Mãe, vou acabar com as castanhas que são a minha desgraça; [e já em desespero de causa] sim, Mãe, eu sei que o Inverno não tapa tudo!
Friday, November 12, 2004
Confesso
Que não consigo evitar um sorriso com os parênteses na “Europa” e nos “europeus” do Vasco Pulido Valente.
Wednesday, November 10, 2004
Troca de sms reveladora de uma hierarquia de valores
- Informo que esta tua amiga saiu hoje no jornal. A foto ultrapassa qualquer limite do esteticamente razoável. Depois de olhar para ela repetidas vezes, cheguei a uma conclusão que muito me envergonha: sou a favor da censura.
- Olha que é um jornal de esquerda…
- A vaidade não conhece esquerda ou direita, minha cara.
- Olha que é um jornal de esquerda…
- A vaidade não conhece esquerda ou direita, minha cara.
Monday, November 08, 2004
Saturday, November 06, 2004
Preciso Dizer Que Te Amo
Encontro furtivo, ao entardecer. Ela apanha-o no sítio combinado. Ele parece inquieto, com ar comprometedor. Não era para menos, a noite anterior tinha sido inesperada, julgava ela. Bastante atrapalhada, introduz a conversa com as banalidades do costume. Então, como correu o teu dia? Bem, bem. Mas isso agora não interessa nada. E num gesto algo repentino, tira desajeitadamente uma cassete do bolso do casaco. Tens que ouvir isto, diz ele a olhar para o chão. Põe a música que já trazia preparada a tocar no rádio do carro e espera, ansioso, pela reacção.
Quando a gente conversa
Contando casos, besteiras
Tanta coisa em comum
Deixando escapar segredos
E eu não sei que hora dizer
Me dá um medo, que medo
Eu preciso dizer que eu te amo
Te ganhar ou perder sem engano
Eu preciso dizer que eu te amo
Tanto
E até o tempo passa arrastado
Só pr’eu ficar do teu lado
Você me chora dores de outro amor
Se abre e acaba comigo
E nessa novela eu não quero
Ser seu amigo
É que eu preciso dizer que eu te amo
Te ganhar ou perder sem engano
Eu preciso dizer que eu te amo, tanto
Eu já nem sei se eu tô misturando
Eu perco o sono
Lembrando cada gesto teu
Qualquer bandeira
Fechando e abrindo a geladeira
A noite inteira
Eu preciso dizer que eu te amo
Te ganhar ou perder sem engano
Eu preciso dizer que eu te amo, tanto
(Dé / Bebel / Cazuza)
Quando a gente conversa
Contando casos, besteiras
Tanta coisa em comum
Deixando escapar segredos
E eu não sei que hora dizer
Me dá um medo, que medo
Eu preciso dizer que eu te amo
Te ganhar ou perder sem engano
Eu preciso dizer que eu te amo
Tanto
E até o tempo passa arrastado
Só pr’eu ficar do teu lado
Você me chora dores de outro amor
Se abre e acaba comigo
E nessa novela eu não quero
Ser seu amigo
É que eu preciso dizer que eu te amo
Te ganhar ou perder sem engano
Eu preciso dizer que eu te amo, tanto
Eu já nem sei se eu tô misturando
Eu perco o sono
Lembrando cada gesto teu
Qualquer bandeira
Fechando e abrindo a geladeira
A noite inteira
Eu preciso dizer que eu te amo
Te ganhar ou perder sem engano
Eu preciso dizer que eu te amo, tanto
(Dé / Bebel / Cazuza)
Friday, November 05, 2004
Thursday, November 04, 2004
Irrelevâncias (mas que saltam à vista)
- E que tal o discurso de vitória do Bush?
- Vi mas não ouvi. Estava demasiado vidrada na filha loura a bater palmas.
- Vi mas não ouvi. Estava demasiado vidrada na filha loura a bater palmas.
Wednesday, November 03, 2004
Monday, November 01, 2004
Cariño
Porque hoje é um dia tão especial
Em vez das flores, aqui ficam umas belas castanhas assadas, embrulhadas em jornal.
Para te aconchegar no regresso ao frio, depois de umas merecidas férias – tal como aconchegas o meu coração.
Aposto que, quando leres este post, até as consegues cheirar… no Brasil.
[Mas, por favor, volta depressa. Morro de saudades e isto é um verdadeiro teste à minha amizade – sabes bem como sou agarrada às castanhas. E se elas estão “quentes e boas” este ano…]

Em vez das flores, aqui ficam umas belas castanhas assadas, embrulhadas em jornal.
Para te aconchegar no regresso ao frio, depois de umas merecidas férias – tal como aconchegas o meu coração.
Aposto que, quando leres este post, até as consegues cheirar… no Brasil.
[Mas, por favor, volta depressa. Morro de saudades e isto é um verdadeiro teste à minha amizade – sabes bem como sou agarrada às castanhas. E se elas estão “quentes e boas” este ano…]
Sunday, October 31, 2004
Reconvertida
Quando o Caetano andava “na boca do povo” – basicamente com o Prenda Minha – tive alguma dificuldade em lidar com isso. Tipicamente, os nossos ídolos queremo-los só para nós. O esforço de distanciamento foi, porém, inútil. Rapidamente me apercebi que era preferível partilhá-lo com a multidão anónima do que perdê-lo. E, hoje em dia, até me provoca um sorriso irónico ouvir dizer «o Caetano já enjoa». É sinal de que, lentamente, regressa para o seu público mais aficionado.
Entretanto, enquanto esse momento não se concretiza, arranjei um truque: quando tenho desses laivos de egoísmo musical, ponho um álbum mais antigo como o Caetanear e finjo que mais ninguém o conhece.
Entretanto, enquanto esse momento não se concretiza, arranjei um truque: quando tenho desses laivos de egoísmo musical, ponho um álbum mais antigo como o Caetanear e finjo que mais ninguém o conhece.
Momentos rolleiflex (III)
Sem querer escolher os pontos altos do concerto – tarefa especialmente difícil e que traduz inevitavelmente para onde o coração pende – houve três momentos em particular que me deixaram profundamente comovida:
- “The man I love” – uma explosão de doçura arrepiante;
- “Feelings” – música típica de elevador, como alguém dizia, difícil de interpretar sem cair na banalidade e que o Caetano conseguiu, de uma forma realmente espantosa; como só ele consegue;
- “Cucurrucucú Paloma” – tão bem cantado que fez escapar uma lágrima espontânea e envergonhadamente reprimida.
- “The man I love” – uma explosão de doçura arrepiante;
- “Feelings” – música típica de elevador, como alguém dizia, difícil de interpretar sem cair na banalidade e que o Caetano conseguiu, de uma forma realmente espantosa; como só ele consegue;
- “Cucurrucucú Paloma” – tão bem cantado que fez escapar uma lágrima espontânea e envergonhadamente reprimida.
Arrebatador

Há uma semana atrás, fui ver o concerto que não perderia por nada. Não sei explicar por que ainda não me tinha apetecido escrever sobre isso, nem por que me está a apetecer fazê-lo agora. Algum momento de melancolia tardio, imagino, e que já não será minimamente pertinente. So just bear with me, will you?
O concerto foi delicioso. Como diz o Eduardo, não preferia ter estado em nenhum outro sítio.
Ainda que o Pavilhão Atlântico não seja obviamente o local mais adequado para um espectáculo deste género – demasiado grande, impessoal e com umas condições acústicas que deixam muito a desejar – o Caetano esteve no seu melhor. A sua voz terna e melodiosa como nenhuma outra; a sua presença em palco radiante; e o espectáculo surpreendente: não se limitou a reproduzir o Foreign Sound, brindando o público com músicas inesperadas, incluindo um belíssimo samba inédito.
Não era nada fácil estar à altura das minhas expectativas mas saí verdadeiramente rendida.
[E – confesso – durante as duas horas de concerto, apanhei-me reiteradamente a imaginar como seria acordar com alguém com uma voz assim do meu lado. Alguém a quem sussurrar «canta-me ao ouvido», logo pela manhã. Isto se conseguisse sequer adormecer…]
Saturday, October 30, 2004
Friday, October 29, 2004
Se o oceano entre nós
É assim tão intransponível, por que razão a maré insiste em puxar-me para a tua margem?
Thursday, October 28, 2004
Estava tão entretida
Que me esqueci de comemorar uma certa data. Valeu-me a Muska e as suas belas lembranças.
É verdade, passaram-se seis meses. Has it been good for you too?
É verdade, passaram-se seis meses. Has it been good for you too?
Wednesday, October 20, 2004
Tuesday, October 19, 2004
Craving for contact
Às vezes, dou por mim a desesperar por um beijo bem dado.
Um beijo só, sem mais nada.
De um perfeito desconhecido, sem mais complicações.
Um beijo só, sem mais nada.
De um perfeito desconhecido, sem mais complicações.
Monday, October 18, 2004
Tenho tanta pena

O Moleskine da Inês durou exactamente seis meses e uma semana. E, ao contrário da maioria dos blogs que já não existem, o the end surge numa altura em que a sua autora confessa ainda tirar um enorme prazer de vir aqui rabiscar. Quando esteve farta ou chateada, resistiu.
Pelo que nos confidencia, a decisão remete genuinamente para uma daquelas cambalhotas nas vidas de todos nós que não comportam arrastar consigo resquícios de um tempo que queremos dar por findado. Um blog deixa uma marca indelével das nossas vivências associadas a um determinado período temporal e que, para a Inês, chegou a altura de deixar para trás. Representa um passado que quer conservar passado porque desprovido de sentido num novo presente.
A Inês comprou um novo Moleskine, que, para meu desconsolo, já não se sente impelida a partilhar connosco. Inicia-se a 17 de Outubro de 2004 e espero que se encha de cores e sorrisos.
Este – que muitas vezes me aconchegou o coração – ficou guardado, para revisitar quando as saudades apertarem.
Esta nova inquisição
De que falam Buttiglione e o cardeal Raffaele Martino será, nas suas cabecinhas e para usar a expressão de Gilles Kepel, “a vingança dos ateus”?
Sunday, October 17, 2004
Saturday, October 16, 2004
A não perder
Friday, October 15, 2004
Thursday, October 14, 2004
Wishful thinking
Há dias em que gosto de pensar que nunca exististe. Que és fruto da minha imaginação e que, tal como te criei para fazeres parte da minha vida, posso apagar-te, sem deixar rasto nem memória.
Você não me ensinou a te esquecer
Não vejo mais você faz tanto tempo
Que vontade que eu sinto
De olhar em seus olhos, ganhar seus abraços
É verdade, eu não minto
E nesse desespero em que me vejo
Já cheguei a tal ponto
De me trocar diversas vezes por você
Só pra ver se te encontro
Você bem que podia perdoar
E só mais uma vez me aceitar
Prometo agora vou fazer por onde nunca mais perdê-la
Agora, que faço eu da vida sem você?
Você não me ensinou a te esquecer
Você só me ensinou a te querer
E te querendo eu vou tentando te encontrar
Vou me perdendo
Buscando em outros braços seus abraços
Perdido no vazio de outros passos
Do abismo em que você se retirou
E me atirou e me deixou aqui sozinho
(Caetano Veloso)
Que vontade que eu sinto
De olhar em seus olhos, ganhar seus abraços
É verdade, eu não minto
E nesse desespero em que me vejo
Já cheguei a tal ponto
De me trocar diversas vezes por você
Só pra ver se te encontro
Você bem que podia perdoar
E só mais uma vez me aceitar
Prometo agora vou fazer por onde nunca mais perdê-la
Agora, que faço eu da vida sem você?
Você não me ensinou a te esquecer
Você só me ensinou a te querer
E te querendo eu vou tentando te encontrar
Vou me perdendo
Buscando em outros braços seus abraços
Perdido no vazio de outros passos
Do abismo em que você se retirou
E me atirou e me deixou aqui sozinho
(Caetano Veloso)
Wednesday, October 13, 2004
Sem dúvida, a frase do ano
«(…) a censura só existe na cabeça dos que a já fizeram e sabem como se faz (…)»
[Convenhamos, o Luís Delgado está cada vez melhor como entertainer.]
[Convenhamos, o Luís Delgado está cada vez melhor como entertainer.]
Monday, October 11, 2004
29 anos de casados
E nunca falha. Chega a casa acompanhado de um sorriso e um presente especial para quem o espera invariavelmente.
Parabéns!
Há quem tenha a sorte de ser linda de morrer, inteligente, doce, divertida, dona de um olhar que derrete qualquer um e um riso inconfundível que dá gosto ouvir.
E há quem tenha a imensa sorte de ser amiga de alguém assim.
[Sei que este ano não tem sido nada fácil. Mas – podes acreditar – o destino conspira para que tudo dê certo para alguém como tu.]
E há quem tenha a imensa sorte de ser amiga de alguém assim.
[Sei que este ano não tem sido nada fácil. Mas – podes acreditar – o destino conspira para que tudo dê certo para alguém como tu.]
Sunday, October 10, 2004
Suspeita confirmada
[na gala do Inimigo Público]
O “bomba” da bomba inteligente é real. O que significa, portanto, que o nome se aplica na totalidade.
O “bomba” da bomba inteligente é real. O que significa, portanto, que o nome se aplica na totalidade.
Impressiona-me tanto
Saturday, October 09, 2004
Mulheres excepcionais
Pelo contrário, gosto sempre que o Nobel da Paz me surpreenda.
[Wangari Maathai]
É tão reconfortante descobrir uma nova causa.

[Wangari Maathai]
É tão reconfortante descobrir uma nova causa.
Confissão de ignorância
É verdade: não conheço Elfriede Jelinek, a dramaturga austríaca recentemente laureada com o Prémio Nobel da Literatura.
Não fico contente quando o referido Nobel é atribuído a um nome que me é desconhecido – vergonha perante a minha colossal ignorância será a melhor descrição da sensação que me invade, quase todos os anos, por esta altura. E também um pânico sufocante sempre que me apercebo de que a minha ambiciosa pilha de “must read”, há uns anos atrás confinada à minha mesinha de cabeceira, se espalha hoje pelo quarto, escritório, sala e ameaça afundar-me no meu quase analfabetismo – ignorando com altivez o meu penoso esforço de conseguir dominar os clássicos clássicos e ainda os clássicos contemporâneos e ainda as novas gerações de escritores brilhantes…
E eis que, no meio do descontrolo e da auto-flagelação, chega o alívio: o Francisco José Viegas não a conhece. Sim, li bem: fala, com contentamento, de um “livro insuspeitado”. Uma emoção que certamente nunca virei a conhecer mas que, por agora, me deixa mais descansada. (Descansada, aliás, ao ponto de o poder humildemente confessar.)
Não fico contente quando o referido Nobel é atribuído a um nome que me é desconhecido – vergonha perante a minha colossal ignorância será a melhor descrição da sensação que me invade, quase todos os anos, por esta altura. E também um pânico sufocante sempre que me apercebo de que a minha ambiciosa pilha de “must read”, há uns anos atrás confinada à minha mesinha de cabeceira, se espalha hoje pelo quarto, escritório, sala e ameaça afundar-me no meu quase analfabetismo – ignorando com altivez o meu penoso esforço de conseguir dominar os clássicos clássicos e ainda os clássicos contemporâneos e ainda as novas gerações de escritores brilhantes…
E eis que, no meio do descontrolo e da auto-flagelação, chega o alívio: o Francisco José Viegas não a conhece. Sim, li bem: fala, com contentamento, de um “livro insuspeitado”. Uma emoção que certamente nunca virei a conhecer mas que, por agora, me deixa mais descansada. (Descansada, aliás, ao ponto de o poder humildemente confessar.)
Friday, October 08, 2004
Distracções
O Marcelo Rebelo de Sousa aproveitou para se demitir e passar a imagem de vítima:
a) porque já lá vão quatro anos e a coisa começava a fartar;
b) porque o seu otorrinolaringologista andava preocupado com as constantes rouquidões às segundas-feiras;
c) por pura táctica negocial para ver se ganhava mais e conseguia, finalmente, levar a Rita Amaral Cabral a passear às Caraíbas;
d) porque o inteligente do Santana Lopes lhe deu uma óptima oportunidade (difícil de resistir) de vencer o primeiro round sem ter sequer que calçar as luvas;
e) por motivos eleitorais – está a pensar candidatar-se a prlesidente da junta não sei de onde;
f) para poder ter o privilégio de ser recebido em audiência por Sua Excelência o Presidente da República
g) para ter o gostinho de assistir ao Cavaco Silva a falar em sua defesa.
E, por algum acaso, é verdadeiramente isto que interessa?
a) porque já lá vão quatro anos e a coisa começava a fartar;
b) porque o seu otorrinolaringologista andava preocupado com as constantes rouquidões às segundas-feiras;
c) por pura táctica negocial para ver se ganhava mais e conseguia, finalmente, levar a Rita Amaral Cabral a passear às Caraíbas;
d) porque o inteligente do Santana Lopes lhe deu uma óptima oportunidade (difícil de resistir) de vencer o primeiro round sem ter sequer que calçar as luvas;
e) por motivos eleitorais – está a pensar candidatar-se a prlesidente da junta não sei de onde;
f) para poder ter o privilégio de ser recebido em audiência por Sua Excelência o Presidente da República
g) para ter o gostinho de assistir ao Cavaco Silva a falar em sua defesa.
E, por algum acaso, é verdadeiramente isto que interessa?
Não é suposto
Um tal de Alto Comissariado para a Imigração e as Minorias Étnicas estar atento a estes laivos de xenofobia?
Conversas de livraria
[Entre duas adolescentes. Não tão novas quanto isso…]
- Que livro é que estás à procura?
- Frei Luís de Sousa.
- Eu ajudo-te.
[E resolve dar uma vista de olhos na secção “Política”.]
- Achas que estás aí?
- Sei lá. Pode estar.
- Que livro é que estás à procura?
- Frei Luís de Sousa.
- Eu ajudo-te.
[E resolve dar uma vista de olhos na secção “Política”.]
- Achas que estás aí?
- Sei lá. Pode estar.
Thursday, October 07, 2004
Dilema temporal
Parece ser sempre assim: efémero quando o queríamos eterno e moroso quando o queríamos fulminante.
Wednesday, October 06, 2004
Se eu soubesse
...Que morrendo
......Tu me havias
........De chorar
..........Por uma lágrima tua
............Que alegria
..............Me deixaria matar
(Lágrima, Amália Rodrigues/Carlos Gonçalves)
......Tu me havias
........De chorar
..........Por uma lágrima tua
............Que alegria
..............Me deixaria matar
(Lágrima, Amália Rodrigues/Carlos Gonçalves)
Monday, October 04, 2004
Sunday, October 03, 2004
Thursday, September 30, 2004
Protótipos de mulheres II (com direito a foto)
[Título alternativo: L’essenziale é invisibile agli occhi… ma anche l’occhio vuole la sua parte!]
[Ok, bate certo. Concedo que diante deste mulheraço – que, por acaso, faz hoje 35 anos – não seja particularmente relevante se ela é ou não inteligente.]

[Ok, bate certo. Concedo que diante deste mulheraço – que, por acaso, faz hoje 35 anos – não seja particularmente relevante se ela é ou não inteligente.]
Wednesday, September 29, 2004
Protótipos de mulheres
- Eu acho óptimo que tu sejas selectivo, mas não achas que começas a exagerar? Diz lá quem é que te encheria as medidas.
- Três atributos físicos por cada um de personalidade.
- Explica-te.
- Carinhosa – bom rabo, boas mamas, boas pernas;
Inteligente – bonita, sensual, pele macia;
Sentido de humor – lábios provocantes, pescoço atraente, costas que dão vontade de tocar.
- Por que não ao contrário? Por que privilegias atributos que daqui a cinco ou dez anos já serão sinónimos de rugas, flacidez e celulite, em detrimento da inteligência, doçura ou sentido de humor que a acompanharão para o resto da vida?
- Xiiiiuuuu… não me distraias. Está caladinha um bocadinho, sim?
- Três atributos físicos por cada um de personalidade.
- Explica-te.
- Carinhosa – bom rabo, boas mamas, boas pernas;
Inteligente – bonita, sensual, pele macia;
Sentido de humor – lábios provocantes, pescoço atraente, costas que dão vontade de tocar.
- Por que não ao contrário? Por que privilegias atributos que daqui a cinco ou dez anos já serão sinónimos de rugas, flacidez e celulite, em detrimento da inteligência, doçura ou sentido de humor que a acompanharão para o resto da vida?
- Xiiiiuuuu… não me distraias. Está caladinha um bocadinho, sim?
Monday, September 27, 2004
Uma pequena dúvida
O que se passará na cabeça de alguém que se desloca desde a Figueira da Foz até ao Algarve para se juntar às aglomerações de rua e clamar por justiça, no caso do homicídio da Joana?
Um post enfurecido em defesa do Clooney
Querido Bruno,
Sabes que eu gosto imenso do teu blog, leio-o todos os dias com devoção, aprecio francamente os temas que escolhes para perorar… mas que ideia é esta – e não é só tua – de associar o Sócrates ao Clooney?
Estou perfeitamente consciente do desgraçado panorama estético dos actores da nossa política nacional mas ainda assim: comparar alguém para quem não se olharia duas vezes na rua com aquele quarentão de bata branca, capaz de fazer tremer os joelhos, é pura infâmia.
Parem lá com isso. Por favor.
Sabes que eu gosto imenso do teu blog, leio-o todos os dias com devoção, aprecio francamente os temas que escolhes para perorar… mas que ideia é esta – e não é só tua – de associar o Sócrates ao Clooney?
Estou perfeitamente consciente do desgraçado panorama estético dos actores da nossa política nacional mas ainda assim: comparar alguém para quem não se olharia duas vezes na rua com aquele quarentão de bata branca, capaz de fazer tremer os joelhos, é pura infâmia.
Parem lá com isso. Por favor.
Sunday, September 26, 2004
Saturday, September 25, 2004
E perguntam vocês:
- Como se responde à turcofobia, absolutamente vergonhosa, demonstrada por alguns comissários europeus que insistem em obstar a entrada da Turquia na União Europeia?
- Com uma bela reportagem do Economist:
«It is impossible to demonstrate a priori that Islam is incompatible with liberal democracy. But Turkey is as good a test-case as any with which to prove the point. Indeed, it is precisely in order to encourage Turks (and other Muslims) to buy into liberal democracy that Turkey must be given the benefit of the doubt, and offered EU membership talks. If the Turks move backwards, whether on human rights or on religious fundamentalism, they can always be shown the door again.
The ramifications stretch far beyond Turkey. America and its allies are seeking to foster liberal democracy in the Middle East. In the post-September 11th world, a no to Turkey could have catastrophic consequences. If the EU were to turn its back on Turkey now, not only might Turkey’s own reforms be under threat but it would be widely interpreted in the Muslim world as a blow against all Islam. Conversely, if Turkey becomes part of the European club, it would serve as a beacon to other Muslim countries that are treading, ever so warily, down the path to freedom and democracy.»
[“Why Europe must say yes to Turkey”, Economist, 18-24.09.2004]
- Com uma bela reportagem do Economist:
«It is impossible to demonstrate a priori that Islam is incompatible with liberal democracy. But Turkey is as good a test-case as any with which to prove the point. Indeed, it is precisely in order to encourage Turks (and other Muslims) to buy into liberal democracy that Turkey must be given the benefit of the doubt, and offered EU membership talks. If the Turks move backwards, whether on human rights or on religious fundamentalism, they can always be shown the door again.
The ramifications stretch far beyond Turkey. America and its allies are seeking to foster liberal democracy in the Middle East. In the post-September 11th world, a no to Turkey could have catastrophic consequences. If the EU were to turn its back on Turkey now, not only might Turkey’s own reforms be under threat but it would be widely interpreted in the Muslim world as a blow against all Islam. Conversely, if Turkey becomes part of the European club, it would serve as a beacon to other Muslim countries that are treading, ever so warily, down the path to freedom and democracy.»
[“Why Europe must say yes to Turkey”, Economist, 18-24.09.2004]
Ah… a Place des Vosges

Com um casal a dançar um tango argentino que ecoa por toda a praça, que entra pelo corpo a dentro e faz ter vontade de rodopiar com um perfeito desconhecido.
Friday, September 24, 2004
Receita para não alienar o centro
O Sócrates não é de convicções excessivamente fortes, pois não?
["A Bússola Política do PS", Público, 24.09.2004]
["A Bússola Política do PS", Público, 24.09.2004]
Thursday, September 23, 2004
Ainda o simbolismo das estações de comboio
Curioso o texto que o Bruno escreveu há algum tempo atrás sobre as estações de comboio enquanto lugares de despedida. Por que será recorrente que, quando se mencionam estes espaços, a primeira lembrança que vem à cabeça é o facto de serem “palcos para a perda”, como diz o Bruno de uma forma tão bonita, ou ainda simbolismos de “futuro sofrimento”, como diz o Jorge na sua réplica ao post? Parecerão as estações mais reais, mais vividas, ou porventura mais românticas em momentos de tristeza do que em momentos de alegria?
Incontestavelmente, as estações de comboio são tanto locais de reencontros como de desencontros. O que as torna tão especiais é precisamente o facto de significarem ambos em simultâneo. Não retratam a divisão sentimental, patente na separação física das “partidas” e “chegadas” dos aeroportos, que inevitavelmente torna um dos locais enublado e sofrido para tornar o outro colorido e reconfortante.
As estações de comboio estão singularmente repletas de sentimentos contraditórios: momentos de angústia e momentos de consolo; tão impessoais nas horas mortas e tão à flor da pele nos minutos que antecedem e se seguem ao aparecimento e desaparecimento do comboio, ansiosamente acompanhado desde que aparece no horizonte até perder de vista.
Nas estações, ao contrário dos aeroportos, as partidas e chegadas – e todos os sentimentos que estas acarretam – encontram-se e confundem-se, invariavelmente, numa mesma linha. E igualmente unido por essa linha emerge, sobretudo, o medo do esquecimento. Sempre presente. Em quem vai e em quem fica, em quem volta e em quem esperou.
[Aproveito para agradecer ao Bruno um certo destaque, tão amável, que deixou esta aguarela inchadíssima.]
Incontestavelmente, as estações de comboio são tanto locais de reencontros como de desencontros. O que as torna tão especiais é precisamente o facto de significarem ambos em simultâneo. Não retratam a divisão sentimental, patente na separação física das “partidas” e “chegadas” dos aeroportos, que inevitavelmente torna um dos locais enublado e sofrido para tornar o outro colorido e reconfortante.
As estações de comboio estão singularmente repletas de sentimentos contraditórios: momentos de angústia e momentos de consolo; tão impessoais nas horas mortas e tão à flor da pele nos minutos que antecedem e se seguem ao aparecimento e desaparecimento do comboio, ansiosamente acompanhado desde que aparece no horizonte até perder de vista.
Nas estações, ao contrário dos aeroportos, as partidas e chegadas – e todos os sentimentos que estas acarretam – encontram-se e confundem-se, invariavelmente, numa mesma linha. E igualmente unido por essa linha emerge, sobretudo, o medo do esquecimento. Sempre presente. Em quem vai e em quem fica, em quem volta e em quem esperou.
[Aproveito para agradecer ao Bruno um certo destaque, tão amável, que deixou esta aguarela inchadíssima.]
Wednesday, September 22, 2004
Vá, conta lá como me descobriste
Não sei quê da ONU, bla-bla-bla, bla-bla-bla e uma relação mal curada.
Como uma relação mal curada? Que relação mal curada? Eu lá escrevo sobre uma relação mal curada? Alguém lendo este blog me associaria a uma relação mal curada?
[intervalo para respirar]
A relação está curadíssima. É bem verdade que às vezes me dá para esquecer… mas isso passa-me. Ai não que não passa.
Como uma relação mal curada? Que relação mal curada? Eu lá escrevo sobre uma relação mal curada? Alguém lendo este blog me associaria a uma relação mal curada?
[intervalo para respirar]
A relação está curadíssima. É bem verdade que às vezes me dá para esquecer… mas isso passa-me. Ai não que não passa.
Tuesday, September 21, 2004
«Férias atribuladas»
Foi como a SIC apresentou hoje a notícia da tempestade tropical Jeanne que devastou a República Dominicana, Haiti, Bahamas, e Porto Rico.
A catástrofe natural fez mais de 600 mortos mas chato, chato foi ter arruinado as férias de um casal de portugueses em Punta Cana.
Provincianismo é pouco para classificar a confusão mental de quem achou esta reportagem pertinente.
A catástrofe natural fez mais de 600 mortos mas chato, chato foi ter arruinado as férias de um casal de portugueses em Punta Cana.
Provincianismo é pouco para classificar a confusão mental de quem achou esta reportagem pertinente.
Monday, September 20, 2004
Primeira lição
Pronto. Ou melhor, prontos.
Eu sei que o Aguarela não é, nem de longe nem de perto, como tantos blogs extraordinariamente interessantes e magnificamente escritos que proliferam na blogosfera e nos deixam ansiosos, a roer as unhas, à espera de um post – unzinho que seja – para ganharmos o dia.
Não é sincero e comovente como o da Muska, não é generoso e doce como o da Joana, não é ternurento e carinhoso como o da Rita... estou a sentir-me tão pequenina… inteligente e sensível como o da Inês, espontâneo e bem-humorado como o da Sara... e acabo de me aperceber que também a blogosfera funciona a duas velocidades e eu continuo presa ao Mediterrâneo… hilariante e arrebatador como o da Rititi, delicioso e genial como o da Charlotte... já nem me lembro bem onde queria chegar… ah, mas… é… é o meu Aguarela…
Eu sei que o Aguarela não é, nem de longe nem de perto, como tantos blogs extraordinariamente interessantes e magnificamente escritos que proliferam na blogosfera e nos deixam ansiosos, a roer as unhas, à espera de um post – unzinho que seja – para ganharmos o dia.
Não é sincero e comovente como o da Muska, não é generoso e doce como o da Joana, não é ternurento e carinhoso como o da Rita... estou a sentir-me tão pequenina… inteligente e sensível como o da Inês, espontâneo e bem-humorado como o da Sara... e acabo de me aperceber que também a blogosfera funciona a duas velocidades e eu continuo presa ao Mediterrâneo… hilariante e arrebatador como o da Rititi, delicioso e genial como o da Charlotte... já nem me lembro bem onde queria chegar… ah, mas… é… é o meu Aguarela…
Sunday, September 19, 2004
Estereótipos sexuais
Curiosa a indignação do João Pereira Coutinho, no Expresso da semana passada, perante o grupo de mulheres-bomba, as "Viúvas Negras", envolvidas na tragédia de Beslan. [Tinha-me esquecido de comentar e dei com ele, de novo, hoje de manhã.]
Arriscar-me-ia a dizer – embora ciente da cultura literária do cronista – que as teses feministas sobre a relação entre mulheres e conflitos armados não são o seu forte.
Há imensa literatura que desmistifica a ideia essencialista de mulheres associadas à paz (e vítimas passivas da violência) e homens associados às guerras (enquanto únicos perpetradores dessa mesma violência).
Esta ideia, convenhamos, faz uma divisão demasiado simplista dos papéis. As mulheres não aparecem como intervenientes apenas no terrorismo à escala global; a sua participação activa em vários conflitos, quer nas forças armadas, quer em grupos paramilitares, tem sido amplamente omitida. E esta omissão do seu papel na guerra tem ramificações, conduzindo, frequentemente, a uma negligência do seu potencial papel em contextos de paz.
O pacifismo inerente às mulheres pela sua condição feminina não me convence e, por mais que choque, não é um dado com que possamos contar; mas existe, sim, uma especificidade e uma perspectiva particular no seu discurso que importa valorizar e sem as quais, tanto a análise das causas profundas dos conflitos como as iniciativas de restabelecimento e consolidação da paz, resultarão necessariamente amputadas.
Arriscar-me-ia a dizer – embora ciente da cultura literária do cronista – que as teses feministas sobre a relação entre mulheres e conflitos armados não são o seu forte.
Há imensa literatura que desmistifica a ideia essencialista de mulheres associadas à paz (e vítimas passivas da violência) e homens associados às guerras (enquanto únicos perpetradores dessa mesma violência).
Esta ideia, convenhamos, faz uma divisão demasiado simplista dos papéis. As mulheres não aparecem como intervenientes apenas no terrorismo à escala global; a sua participação activa em vários conflitos, quer nas forças armadas, quer em grupos paramilitares, tem sido amplamente omitida. E esta omissão do seu papel na guerra tem ramificações, conduzindo, frequentemente, a uma negligência do seu potencial papel em contextos de paz.
O pacifismo inerente às mulheres pela sua condição feminina não me convence e, por mais que choque, não é um dado com que possamos contar; mas existe, sim, uma especificidade e uma perspectiva particular no seu discurso que importa valorizar e sem as quais, tanto a análise das causas profundas dos conflitos como as iniciativas de restabelecimento e consolidação da paz, resultarão necessariamente amputadas.
Saturday, September 18, 2004
Não sou militante do Bloco de Esquerda
Mas aqui está uma bela resposta à acusação de “partido das minorias”, nesta entrevista ao Daniel Oliveira, n’A Capital [via um dos dedicados comentadores do Barnabé]:
«Quando o Bloco defende, por exemplo, aquilo que se consideram os direitos das minorias, do meu ponto de vista defende a democracia. Defende um novo conceito para a maior parte da esquerda, que é este: os direitos cívicos não se medem pela quantidade de pessoas que são abrangidas por eles. Sempre que há alguém que é discriminado por qualquer uma das suas opções, é toda a sociedade que é interpelada. A democracia é um tecido coerente que não permite que haja uma parte da população, por ser pouca, por ser classe média ou baixa, não interessa, que possa estar fora dela.»
«Quando o Bloco defende, por exemplo, aquilo que se consideram os direitos das minorias, do meu ponto de vista defende a democracia. Defende um novo conceito para a maior parte da esquerda, que é este: os direitos cívicos não se medem pela quantidade de pessoas que são abrangidas por eles. Sempre que há alguém que é discriminado por qualquer uma das suas opções, é toda a sociedade que é interpelada. A democracia é um tecido coerente que não permite que haja uma parte da população, por ser pouca, por ser classe média ou baixa, não interessa, que possa estar fora dela.»
Friday, September 17, 2004
Eu te amo
Ah, se já perdemos a noção da hora
Se juntos já jogamos tudo fora
Me conta agora como hei de partir
Se, ao te conhecer
Dei pra sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que inda posso ir
Se nós nas travessuras das noites eternas
Já confundimos tanto as nossas pernas
Diz com que pernas eu devo seguir
Se entornaste a nossa sorte pelo chão
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu
Como, se na desordem do armário embutido
Meu paletó enlaça o teu vestido
E o meu sapato inda pisa no teu
Como, se nos amamos feito dois pagãos
Teus seios inda estão nas minhas mãos
Me explica com que cara eu vou sair
Não, acho que estás te fazendo de tonta
Te dei meus olhos pra tomares conta
Agora conta como hei de partir.
(Tom Jobim / Chico Buarque)
Se juntos já jogamos tudo fora
Me conta agora como hei de partir
Se, ao te conhecer
Dei pra sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que inda posso ir
Se nós nas travessuras das noites eternas
Já confundimos tanto as nossas pernas
Diz com que pernas eu devo seguir
Se entornaste a nossa sorte pelo chão
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu
Como, se na desordem do armário embutido
Meu paletó enlaça o teu vestido
E o meu sapato inda pisa no teu
Como, se nos amamos feito dois pagãos
Teus seios inda estão nas minhas mãos
Me explica com que cara eu vou sair
Não, acho que estás te fazendo de tonta
Te dei meus olhos pra tomares conta
Agora conta como hei de partir.
(Tom Jobim / Chico Buarque)
Thursday, September 16, 2004
Wednesday, September 15, 2004
Eu não sou burra, sou é distraída
Descobri hoje que tenho persiana na pequenina janela da casa-de-banho. Exacto: hoje, muitos meses depois de me mudar.
Estou a chegar a casa e, como tive que andar às voltas para arranjar lugar para estacionar, resolvo inspeccionar as janelas do prédio para tentar averiguar se os vizinhos tinham todos combinado voltar de férias ao mesmo tempo. Ao encetar esta árdua tarefa de cabeça ao alto, eis que reparo que algumas das janelas dos outros andares correspondentes à minha casa-de-banho tinham, de facto, as persianas fechadas. Pergunta inevitável: será possível eu nunca ter reparado naquela fitinha comprida que, por norma, se situa ao lado das ditas janelas para deixar ou impedir a luz de entrar? Estaciono o carro num ápice, subo as escadas a correr e chego a minha casa decidida a redescobri-la. Entro de rompante na casa-de-banho e lá estava ela, a fitinha, pronta a ser puxada, assim que alguma alma se dignasse a dar por ela.
Conclusão para levantar o ego: a minha casa é uma linda caixinha de surpresas.
Conclusão para pôr o ego no seu devido lugar: o título deste post... mas ao contrário.
And here’s another thought: se o construtor achou que aquelas janelas, ainda que de tamanho reduzido e junto ao tecto, deviam ter persianas, é porque, se calhar, já adivinhava o quanto se conseguiria ver lá para dentro. O que quer dizer, portanto, que ando há largos meses...
Estou a chegar a casa e, como tive que andar às voltas para arranjar lugar para estacionar, resolvo inspeccionar as janelas do prédio para tentar averiguar se os vizinhos tinham todos combinado voltar de férias ao mesmo tempo. Ao encetar esta árdua tarefa de cabeça ao alto, eis que reparo que algumas das janelas dos outros andares correspondentes à minha casa-de-banho tinham, de facto, as persianas fechadas. Pergunta inevitável: será possível eu nunca ter reparado naquela fitinha comprida que, por norma, se situa ao lado das ditas janelas para deixar ou impedir a luz de entrar? Estaciono o carro num ápice, subo as escadas a correr e chego a minha casa decidida a redescobri-la. Entro de rompante na casa-de-banho e lá estava ela, a fitinha, pronta a ser puxada, assim que alguma alma se dignasse a dar por ela.
Conclusão para levantar o ego: a minha casa é uma linda caixinha de surpresas.
Conclusão para pôr o ego no seu devido lugar: o título deste post... mas ao contrário.
And here’s another thought: se o construtor achou que aquelas janelas, ainda que de tamanho reduzido e junto ao tecto, deviam ter persianas, é porque, se calhar, já adivinhava o quanto se conseguiria ver lá para dentro. O que quer dizer, portanto, que ando há largos meses...
Tuesday, September 14, 2004
É impressão minha
Ou, à semelhança do autor que se tem deliciado a traduzir, o Rui está a “jogar a uma coisa” com os seus leitores?
Quem não conhece a obra – como eu – está nas suas mãos. Espera ansiosamente pelos próximos capítulos sem ter vontade de transgredir; segue a história, passo a passo, ao sabor do ritmo que o Rui quer impor; e vai partilhando, assim, da angústia e do prazer que essa expectativa e manipulação acarretam.
Quem não conhece a obra – como eu – está nas suas mãos. Espera ansiosamente pelos próximos capítulos sem ter vontade de transgredir; segue a história, passo a passo, ao sabor do ritmo que o Rui quer impor; e vai partilhando, assim, da angústia e do prazer que essa expectativa e manipulação acarretam.
Relações à distância
A “conversar” no messenger com um amigo, sai-me subitamente esta frase:
- «Sometimes distance is actually the only reason why you're still together.»
Estarei a ficar madura ou cínica?
- «Sometimes distance is actually the only reason why you're still together.»
Estarei a ficar madura ou cínica?
Esta reflexão do João
Merece ser lida. Mas com olhos de ler.
Afastar os tais protagonistas do terrorismo como interlocutores de uma solução pacífica, na medida em que o seu objectivo deixou há muito de ser político para passar a ser o terror pelo terror, não deveria implicar fazer vista grossa aos possíveis intervenientes numa necessária reaproximação com um mundo islâmico heterogéneo, just for the sake of the argument.
Afastar os tais protagonistas do terrorismo como interlocutores de uma solução pacífica, na medida em que o seu objectivo deixou há muito de ser político para passar a ser o terror pelo terror, não deveria implicar fazer vista grossa aos possíveis intervenientes numa necessária reaproximação com um mundo islâmico heterogéneo, just for the sake of the argument.
Monday, September 13, 2004
Uma data que não me lembro de não recordar
Este deve ser o único espaço em que me revelo que tu desconheces. Mas, ao revelar-me, revelo-te a ti, revelo o bem que me fazes, a segurança que me inspiras, o carinho que me transmites.
Parabéns. Que faças muitos. Assim, bem pertinho de mim.
Parabéns. Que faças muitos. Assim, bem pertinho de mim.
Sunday, September 12, 2004
Huntington pela escrita de Miguel Sousa Tavares
«Finalmente, alguém no mundo islâmico pôs a mão na consciência e ousou dizer alto a terrível verdade: "Todos os terroristas do mundo são muçulmanos." O autor desta frase, tão verdadeira quanto cruel, não foi (ainda) algum imã, algum dirigente religioso islâmico, mas sim um "civil"…»
«Na sua génese, o terrorismo é uma batalha ideológica, que o Ocidente tem de travar e de vencer. »
[Miguel Sousa Tavares, Público, 11 Setembro 2004, itálicos meus]
Parece que o discurso do “nós contra eles” veio mesmo para ficar. Este é, infelizmente, só mais um artigo a argumentar o que muitos outros já argumentaram.
Temo que terá acertado quem disse que não importaria verdadeiramente discutir se Huntington teria ou não razão mas sim apercebermo-nos até que ponto estariam dispostos a dar-lha. "De um lado e do outro".
«Na sua génese, o terrorismo é uma batalha ideológica, que o Ocidente tem de travar e de vencer. »
[Miguel Sousa Tavares, Público, 11 Setembro 2004, itálicos meus]
Parece que o discurso do “nós contra eles” veio mesmo para ficar. Este é, infelizmente, só mais um artigo a argumentar o que muitos outros já argumentaram.
Temo que terá acertado quem disse que não importaria verdadeiramente discutir se Huntington teria ou não razão mas sim apercebermo-nos até que ponto estariam dispostos a dar-lha. "De um lado e do outro".
Saturday, September 11, 2004
Friday, September 10, 2004
Qual Lusa, qual quê
Parabéns ao Barnabé que faz hoje um ano. Por ser uma espécie de agência blogo-noticiosa séria, inteligente, militante e – por que não? – cáustica. Sempre lhe dá mais piada.
Do melhor que esta blogosfera tem.
Do melhor que esta blogosfera tem.
Thursday, September 09, 2004
Avisam-me que o Nimed é prejudicial à saúde
Sinceramente, não é novidade. Sempre afirmei que, para atacar as minhas dores de cabeça da forma rápida e eficiente que lhe é característica, tinha que fazer mal a alguma coisa.
Mas pronto, vá, eu transijo: nem Nimed, nem substituto igualmente corrosivo: mais vale dor na alma que úlcera. Safa.
Mas pronto, vá, eu transijo: nem Nimed, nem substituto igualmente corrosivo: mais vale dor na alma que úlcera. Safa.
Wednesday, September 08, 2004
A prostituição na vanguarda da globalização
Aqui fica um cheirinho da reportagem no Economist, para os sociólogos e interessados da praça.
«Immigration seems to be having a predictable effect on commercial sex: real prices are falling, consumption rising and indigenous workers struggling.»
«For prostitutes and those who make money from them, the advantages of migration and free trade are clear: wage differentials are high, English-speaking skills are not essential, and, because the whole sector is unregulated, there are no trade unions or protectionist labour laws to worry about.»
[The Economist, 4-10 Setembro 2004]
«Immigration seems to be having a predictable effect on commercial sex: real prices are falling, consumption rising and indigenous workers struggling.»
«For prostitutes and those who make money from them, the advantages of migration and free trade are clear: wage differentials are high, English-speaking skills are not essential, and, because the whole sector is unregulated, there are no trade unions or protectionist labour laws to worry about.»
[The Economist, 4-10 Setembro 2004]
Tuesday, September 07, 2004
Parabéns à minha madrinha
Por seis meses de Lembranças!
Sem o teu blog ter puxado o meu, não nos teríamos redescoberto, num registo diferente, que reforça laços e encurta as distâncias.
O teu blog - mais do que qualquer outro – prova, como diz o Alexandre de uma forma belíssima, que «...um blog, mais que ao ego ou à literatura, pode servir a causa dos afectos.»
Sem o teu blog ter puxado o meu, não nos teríamos redescoberto, num registo diferente, que reforça laços e encurta as distâncias.
O teu blog - mais do que qualquer outro – prova, como diz o Alexandre de uma forma belíssima, que «...um blog, mais que ao ego ou à literatura, pode servir a causa dos afectos.»
Monday, September 06, 2004
Proposta de novo blog
A Vanessa é brilhante.
Embora leitora dedicada da Ana Sá Lopes no Glória Fácil e no Público em geral, tenho um fraquinho especial pelas crónicas da Vanessa. Gosto tanto daquelas teorias rebuscadas que ela arranja para racionalizar os seus desvaires amorosos…
Sabendo que estou longe de ser a única, ocorre-me perguntar como é possível que nenhum fã se tenha lembrado de fazer um apanhado das crónicas e de as disponibilizar online para todos nos podermos deliciar. Daqueles que são obra de fanáticos (tipo eu) e têm no título “textos organizados sem participação do próprio autor”.
[Claro que pode já existir e eu não ter encontrado por pura inaptidão minha. Em todo o caso, se houver, agradece-se um mail a informar; se não houver, candidato-me a fazer a recolha (agradecendo a ajuda de quem perceba mais do que eu).]
Ah, e tudo isto em prol de um mundo mais risonho.
Embora leitora dedicada da Ana Sá Lopes no Glória Fácil e no Público em geral, tenho um fraquinho especial pelas crónicas da Vanessa. Gosto tanto daquelas teorias rebuscadas que ela arranja para racionalizar os seus desvaires amorosos…
Sabendo que estou longe de ser a única, ocorre-me perguntar como é possível que nenhum fã se tenha lembrado de fazer um apanhado das crónicas e de as disponibilizar online para todos nos podermos deliciar. Daqueles que são obra de fanáticos (tipo eu) e têm no título “textos organizados sem participação do próprio autor”.
[Claro que pode já existir e eu não ter encontrado por pura inaptidão minha. Em todo o caso, se houver, agradece-se um mail a informar; se não houver, candidato-me a fazer a recolha (agradecendo a ajuda de quem perceba mais do que eu).]
Ah, e tudo isto em prol de um mundo mais risonho.
Fiz o teste da Vanessa e...
Estou em maus lençóis.
[Embora tal revelação, convenhamos, não seja nenhuma novidade nem para o mais desatento dos leitores do aguarela.]
Adenda: Se calhar é o Voltaren que é muito fraquinho. Vou tentar o Nimed.
[Embora tal revelação, convenhamos, não seja nenhuma novidade nem para o mais desatento dos leitores do aguarela.]
Adenda: Se calhar é o Voltaren que é muito fraquinho. Vou tentar o Nimed.
Instruções para se “medir o amor”
«É no fim do amor que se descobre o tamanho. Quando acaba. Antes não se lhe consegue tirar as medidas, fiz grandes esforços, mas foi inútil. Só se descobre o tamanho do amor quando se acaba tudo. É uma contradição, mas é a verdade. Quando se acaba e só dói um músculo, ou uma cãibra, e tomas Voltaren e passa, é porque era um amor pequeno. Se te cair uma grua em cima, talvez fosse grande. Acabar com um amor pequeno é bom, é só uma maçada. Cada vez que percebo que era um amor pequeno fico contente. Oh, mas devia ser possível tirar as medidas, para evitar tratar um grande como se fosse um pequeno ou um pequeno como se fosse um grande. Estás a ver, eu gostava de amar proporcionalmente.»
[Ana Sá Lopes, Público, 5 Setembro 2004]
[Ana Sá Lopes, Público, 5 Setembro 2004]
Sunday, September 05, 2004
Respostas um tanto ou quanto deprimentes
- "Não achas que te expões demasiado com o que escreves no blog?"
- Por isso é que ele é anónimo.
- "Achas mesmo que o que dizes é assim tão relevante para ser partilhado?"
- Ui, o terror das inseguras. Resposta anterior com ainda maior veemência.
- "Não achas que perdes demasiado tempo com o blog?"
- Estou na fase apaixonada da coisa: acho que devia perder muito mais.
- "Porque é que não arranjas uma vida?"
- Uma vida sem blog? Naa…
- Por isso é que ele é anónimo.
- "Achas mesmo que o que dizes é assim tão relevante para ser partilhado?"
- Ui, o terror das inseguras. Resposta anterior com ainda maior veemência.
- "Não achas que perdes demasiado tempo com o blog?"
- Estou na fase apaixonada da coisa: acho que devia perder muito mais.
- "Porque é que não arranjas uma vida?"
- Uma vida sem blog? Naa…
Darfur II
O relatório das Nações Unidas por que todos aguardávamos, relativamente à tragédia humanitária em Darfur, concluiu que o governo do Sudão tinha falhado no seu compromisso em desarmar as milícias árabes e pôr fim aos ataques a civis na região até ao final de Agosto.
O conteúdo do relatório apresentado ao Conselho de Segurança não foi novidade.
A reacção da Rússia, que optou por obstaculizar a imposição de sanções, infelizmente, também não.
O conteúdo do relatório apresentado ao Conselho de Segurança não foi novidade.
A reacção da Rússia, que optou por obstaculizar a imposição de sanções, infelizmente, também não.
Saturday, September 04, 2004
Em estado de choque
Com a tragédia na Ossétia do Norte.
À boa maneira JPPiana: este é, decididamente, um tema a desenvolver.
À boa maneira JPPiana: este é, decididamente, um tema a desenvolver.
Thursday, September 02, 2004
Sinais de demência
Tive um sonho estranhíssimo, hoje. Estava em casa dos meus pais a arrumar as coisas quando o Alexandr parou para tomar um café e começou a conversar comigo e a explicar-me a trajectória da sua vida: «Ser ginasta famoso. Competições internacionais. Mas últimos Jogos Olímpicos cair tapete. Ficar sem dinheiro e vir trabalhar para Portugal.»
Acordei estremunhada. Esta minha cabecinha conseguiu misturar Jogos Olímpicos, imigração e caixotes.
Acordei estremunhada. Esta minha cabecinha conseguiu misturar Jogos Olímpicos, imigração e caixotes.
Tuesday, August 31, 2004
Balbúrdia incomportável
Convites para jantar todos adiados.
Estou a ver que vou virar “fada do lar” durante o próximo mês.
Estou a ver que vou virar “fada do lar” durante o próximo mês.
Monday, August 30, 2004
And they keep on coming…
Era o que estava escrito na minha cara, enquanto via as dezenas de caixotes a serem transportados para minha casa e a taparem toda e qualquer espécie de chão que teimava em ficar a descoberto...
Isto de arrumar uma casa tem muito que se lhe diga
Encontro livro oferecido por ex-affair secreto, com dedicatória incriminatória, que opto por deixar em casa dos pais, bem guardadinho no armário do meu quarto de jovem adolescente (que a minha Mãe condescendeu em não me obrigar a esvaziar). Não vá algum convidado a minha casa, mais curioso, querer folhear e deitar o mistério todo a perder…
Sunday, August 29, 2004
Parabéns, Papi!
Não lês o meu blog – Deus te livre de descobrires esta faceta da tua filha – mas, ainda assim, estás sempre presente.
Saturday, August 28, 2004
Momento embaraçoso do dia
Aparece o Alexandr – o mais novinho e conversador dos ucranianos que foram ajudar nas mudanças – com uma fotografia minha com 6 aninhos, desdentada, com o cabelo todo desgrenhado, com a bela da fatiota típica dos anos 80, a dizer que a tinha achado no meio dos livros e a perguntar se era eu. «Não! É a minha irmã. Não se vê logo?»
Sorry, sis…
Sorry, sis…
(des)arrumações
Arranjar o chão e pintar as paredes de todas as divisões equivale, basicamente, a mudar de casa. Ou seja, é um completo caos. O caos em que tenho andado embrenhada desde que voltei de férias. Nem tem dado para vir aos blogs – o que só potencia os sinais de demência.
Os livros são às centenas e os “cacos” – como eu costumo chamar às mil e uma peças da Vista Alegre e afins que a minha Mãe tem em casa – exasperam qualquer santo. Pais e filhas foram embrulhando tudo em caixotes e depois contratou-se uma empresa de mudanças para transferir os móveis mais pesados para a varanda e a garagem.
Os senhores que foram ajudar a fazer as mudanças eram um português e dois ucranianos – ambos engenheiros, o que ainda me choca bastante. O português tinha olhos azuis e cabelo claro, o que provocou o momento hilariante do dia protagonizado pela minha Mãe que, desprevenida, foi falar com ele muito devagarinho, repetindo tudo umas duas ou três vezes, sempre acompanhada de muitos gestos efusivos, enquanto eu e a minha irmã nos ríamos no canto sem conseguir parar. (Ai se a minha Mãe descobre que eu tenho um blog e ando para aqui a dizer estas coisas…)
Os livros são às centenas e os “cacos” – como eu costumo chamar às mil e uma peças da Vista Alegre e afins que a minha Mãe tem em casa – exasperam qualquer santo. Pais e filhas foram embrulhando tudo em caixotes e depois contratou-se uma empresa de mudanças para transferir os móveis mais pesados para a varanda e a garagem.
Os senhores que foram ajudar a fazer as mudanças eram um português e dois ucranianos – ambos engenheiros, o que ainda me choca bastante. O português tinha olhos azuis e cabelo claro, o que provocou o momento hilariante do dia protagonizado pela minha Mãe que, desprevenida, foi falar com ele muito devagarinho, repetindo tudo umas duas ou três vezes, sempre acompanhada de muitos gestos efusivos, enquanto eu e a minha irmã nos ríamos no canto sem conseguir parar. (Ai se a minha Mãe descobre que eu tenho um blog e ando para aqui a dizer estas coisas…)
Wednesday, August 25, 2004
Nó na garganta
Vi ontem o “Toda a verdade” da SIC Notícias sobre a tragédia das violações em massa perpetradas no conflito da Bósnia como arma de guerra.
Ler sobre isso não se compara a ouvi-lo de quem o viveu.
Ler sobre isso não se compara a ouvi-lo de quem o viveu.
Tuesday, August 24, 2004
Encontrei foto duplamente histórica
Da minha irmã, com o ex-namorado, no cimo de uma das Twin Towers.
Voltei
Fui intimada a voltar de férias. (Sim, eu sei, também já estava a abusar.)
A minha Mãe achou por bem fazer obras em casa e precisa que eu, basicamente, tire toda a tralha que ainda tenho em casa dela e passe para a minha.
Está mal. A minha casa tem estado um brinco precisamente porque ainda não tem nem metade das minhas papeladas. Desde que me mudei que optei por ir trazendo as coisas para cá muito lentamente: escolhendo os livros fundamentais para pôr no quarto, os necessários para pôr no escritório, depois os bonitos para pôr na sala… E, entretanto, a papelada chata de organizar, a que preciso mas não preciso assim tanto, a que não preciso de todo mas tenho pena de deitar fora – e por aí em diante… – foi ficando no sítio dela, isto é, em casa dos meus pais. A minha Mãe já andava a ameaçar tomar uma atitude: “Sabes bem que, por mim, ficavas cá em casa o tempo que quisesses, mas podias era mudar a tua tralha, não?”. Ignorei, claro. O meu modelo de mudança de casa dos pais – bastante egoísta, admita-se – estava a resultar na perfeição. Mas agora, muitos meses depois, acabou-se a brincadeira. Começo, aliás, a desconfiar que esta história das obras teve apenas esse propósito. Que espertinha, a senhora minha Mãe.
A minha Mãe achou por bem fazer obras em casa e precisa que eu, basicamente, tire toda a tralha que ainda tenho em casa dela e passe para a minha.
Está mal. A minha casa tem estado um brinco precisamente porque ainda não tem nem metade das minhas papeladas. Desde que me mudei que optei por ir trazendo as coisas para cá muito lentamente: escolhendo os livros fundamentais para pôr no quarto, os necessários para pôr no escritório, depois os bonitos para pôr na sala… E, entretanto, a papelada chata de organizar, a que preciso mas não preciso assim tanto, a que não preciso de todo mas tenho pena de deitar fora – e por aí em diante… – foi ficando no sítio dela, isto é, em casa dos meus pais. A minha Mãe já andava a ameaçar tomar uma atitude: “Sabes bem que, por mim, ficavas cá em casa o tempo que quisesses, mas podias era mudar a tua tralha, não?”. Ignorei, claro. O meu modelo de mudança de casa dos pais – bastante egoísta, admita-se – estava a resultar na perfeição. Mas agora, muitos meses depois, acabou-se a brincadeira. Começo, aliás, a desconfiar que esta história das obras teve apenas esse propósito. Que espertinha, a senhora minha Mãe.
Sunday, August 22, 2004
Não sou lá grande desportista
Por norma, nos Jogos Olímpicos, gosto de ver: natação, saltos para a água e natação sincronizada; ginástica masculina e, principalmente, feminina; ténis; hipismo; atletismo “curto” (entendem, não entendem?); e pouco mais.
Os desportos aquáticos calculo que por ter sido nadadora; os restantes por serem, acima de tudo, um espectáculo ou por serem empolgantes.
Há certas modalidades que, se estiverem a dar, não me fazem mudar de canal, mas que não me deixam propriamente entusiasmada. Há outras que me fazem morrer de tédio, tipo ciclismo (desconfio, aliás, que sejam raras as mulheres que morram de amores por ciclismo – à excepção das que o praticam) ou judo (não sei se é por ser “dos desportos menos televisivos que existem”, como diz o Nuno, mas não há, de facto, grande paciência – e junto exactamente na mesma categoria a luta greco-romana). Há outras a que, inexplicavelmente, não ligo nenhuma nos Jogos Olímpicos e gosto bastante nos Mundiais e Europeus, como o futebol ou o volei.
E depois convenhamos que há modalidades que despertam interesse para serem praticadas mas que na televisão não têm grande piada, tipo esgrima, tiro, badmington (a pena move-se muito devagar) ou ténis de mesa (a bola move-se muito depressa).
E entretanto estarão os leitores do mundo masculino a pensar: «Falta-te a explicação mais básica pelas modalidades eleitas: és “gaja”».
Correct!
É também por isso que anseio pelos Jogos Olímpicos de Inverno só para ver a patinagem artística.
Os desportos aquáticos calculo que por ter sido nadadora; os restantes por serem, acima de tudo, um espectáculo ou por serem empolgantes.
Há certas modalidades que, se estiverem a dar, não me fazem mudar de canal, mas que não me deixam propriamente entusiasmada. Há outras que me fazem morrer de tédio, tipo ciclismo (desconfio, aliás, que sejam raras as mulheres que morram de amores por ciclismo – à excepção das que o praticam) ou judo (não sei se é por ser “dos desportos menos televisivos que existem”, como diz o Nuno, mas não há, de facto, grande paciência – e junto exactamente na mesma categoria a luta greco-romana). Há outras a que, inexplicavelmente, não ligo nenhuma nos Jogos Olímpicos e gosto bastante nos Mundiais e Europeus, como o futebol ou o volei.
E depois convenhamos que há modalidades que despertam interesse para serem praticadas mas que na televisão não têm grande piada, tipo esgrima, tiro, badmington (a pena move-se muito devagar) ou ténis de mesa (a bola move-se muito depressa).
E entretanto estarão os leitores do mundo masculino a pensar: «Falta-te a explicação mais básica pelas modalidades eleitas: és “gaja”».
Correct!
É também por isso que anseio pelos Jogos Olímpicos de Inverno só para ver a patinagem artística.
Saturday, August 21, 2004
Os privilégios do sub-desenvolvimento
Leio, meio incrédula, os motivos da relutância do Primeiro-Ministro de Cabo Verde, José Maria Neves, em “subir de patamar” de país menos desenvolvido para país de desenvolvimento intermédio, na escala do ECOSOC.
Embora sem recursos energéticos e sofrendo de uma falta de água crónica, Cabo Verde tem sido um aluno exemplar em termos económicos durante as últimas duas décadas. Mas – espantemo-nos – a forma de premiar a boa gestão, transparência e eficácia das reformas levadas a cabo com ajuda externa é passar, de um momento para o outro, a aplicar juros totais aos empréstimos e tarifas aduaneiras às suas exportações, o que resultará necessariamente desastroso para a economia do país – ainda particularmente vulnerável. Isto é, o prémio para o bom desempenho de Cabo Verde será empurrá-lo de novo para o patamar mais baixo, sem apelo nem agravo.
Qualquer pessoa de bom senso entenderá que é imprescindível um período de transição. Mas a verdade é que o famigerado discurso do “subsídio-dependente” também é cego a nível internacional.
Embora sem recursos energéticos e sofrendo de uma falta de água crónica, Cabo Verde tem sido um aluno exemplar em termos económicos durante as últimas duas décadas. Mas – espantemo-nos – a forma de premiar a boa gestão, transparência e eficácia das reformas levadas a cabo com ajuda externa é passar, de um momento para o outro, a aplicar juros totais aos empréstimos e tarifas aduaneiras às suas exportações, o que resultará necessariamente desastroso para a economia do país – ainda particularmente vulnerável. Isto é, o prémio para o bom desempenho de Cabo Verde será empurrá-lo de novo para o patamar mais baixo, sem apelo nem agravo.
Qualquer pessoa de bom senso entenderá que é imprescindível um período de transição. Mas a verdade é que o famigerado discurso do “subsídio-dependente” também é cego a nível internacional.
O regresso do filho pródigo
O Ivan d’A Praia reconciliou-se com o mundo da blogosfera.
[E agora vinha a parte que tinha piada em que eu faria um link para os links. Se soubesse, claro.]
[E agora vinha a parte que tinha piada em que eu faria um link para os links. Se soubesse, claro.]
Friday, August 20, 2004
É um facto
Que o segundo e quarto lugares são sempre os piores. Deixam um sabor amargo a quase-vitória.
Momentos de deliciosa tensão
A norte-americana Carly Patterson, de 16 anos, esteve fantástica na ginástica individual feminina. Então na trave, – prova que mais me empolga –, foi elegante e seguríssima. Esteve, de facto, melhor do que a Khorkina que, apesar de um excelente desempenho, acabou em segundo lugar, despedindo-se, muito provavelmente, da sua participação em Jogos Olímpicos. Brindou-nos com um grande sorriso, é verdade, mas só mesmo no fim. (Ai que discordei da minha querida bomba.)
Fiquei triste com o quarto lugar da russa Anna Pavlova. Acho-a francamente mais graciosa que Zhang Nan, a chinesa que conseguiu o terceiro lugar. Curioso foi ela ter deixado a Pavlova em prantos e não ter esboçado qualquer espécie de reacção. Foi a primeira medalha em Jogos Olímpicos e a rapariga não chorou, não sorriu, não festejou. Parecia que tinha ido lá só "ver a bola".
O título voltou, então, para os EUA, vinte anos depois da célebre Mary Lou Retton, em Los Angeles. Mas adivinhem lá a naturalidade dos treinadores da mais recente campeã olímpica…
Fiquei triste com o quarto lugar da russa Anna Pavlova. Acho-a francamente mais graciosa que Zhang Nan, a chinesa que conseguiu o terceiro lugar. Curioso foi ela ter deixado a Pavlova em prantos e não ter esboçado qualquer espécie de reacção. Foi a primeira medalha em Jogos Olímpicos e a rapariga não chorou, não sorriu, não festejou. Parecia que tinha ido lá só "ver a bola".
O título voltou, então, para os EUA, vinte anos depois da célebre Mary Lou Retton, em Los Angeles. Mas adivinhem lá a naturalidade dos treinadores da mais recente campeã olímpica…
O Simãozinho
Bateu o recorde nacional de 100 metros mariposa. Não se conseguiu qualificar para as meias-finais – o que era muito difícil – mas não foi a Atenas em vão.
Além de ter ficado contente, estou perfeitamente convencida que isto de apostar em gajos giros até dá os seus frutos.
Além de ter ficado contente, estou perfeitamente convencida que isto de apostar em gajos giros até dá os seus frutos.
Agora que a minha cabeça já descobriu, está determinada, convicta e corajosa
Could someone explain it to my heart?
Thursday, August 19, 2004
Encruzilhada
A esperança e mesmo a negação têm um papel importante em crises amorosas. Durante um tempo, difícil de determinar, servem para aparar a queda. São uma espécie de tapete – ainda que bem fininho – que aconchega a dor.
O complicado é sair dessa espécie de limbo que nos parece proteger da realidade. Concluir que se deve, finalmente, andar para a frente, além de ser uma decisão particularmente crítica, raramente é definitiva: surgem dúvidas genuínas, hesitações compreensíveis ou pura falta de coragem.
Mas, por norma, os sinais estão todos lá. Não querer ver teve o seu papel. Mas já deixou de o ter.
O complicado é sair dessa espécie de limbo que nos parece proteger da realidade. Concluir que se deve, finalmente, andar para a frente, além de ser uma decisão particularmente crítica, raramente é definitiva: surgem dúvidas genuínas, hesitações compreensíveis ou pura falta de coragem.
Mas, por norma, os sinais estão todos lá. Não querer ver teve o seu papel. Mas já deixou de o ter.
Wednesday, August 18, 2004
Don’t worry, Be Happy
Erasmus não é uma experiência consensual, é antes uma experiência radical: ou se adora ou se detesta. Dependerá, até um certo ponto, da capacidade de adaptação da pessoa em causa, mas o mais importante são, sem dúvida, as condições que lhe são proporcionadas.
Isto, vindo de quem já foi mais de uma vez para fora, ficou sempre, mas voltou com plena consciência da sorte que teve.
Cá ou lá, o importante é estares bem. Contigo mesmo, com a decisão que tomaste. É tão corajoso ir como resolver voltar.
Beijinhos e aproveita o resto das férias.
Isto, vindo de quem já foi mais de uma vez para fora, ficou sempre, mas voltou com plena consciência da sorte que teve.
Cá ou lá, o importante é estares bem. Contigo mesmo, com a decisão que tomaste. É tão corajoso ir como resolver voltar.
Beijinhos e aproveita o resto das férias.
Tuesday, August 17, 2004
Alguém ganhou no totoloto
E não é que estava eu a deliciar-me com solinho e banhocas por terras espanholas quando começo a ouvir a Aquarela a tocar, ao longe, no bar da praia?
Sinal divino para eu ir cuidar do meu blog, pensei eu. E, assim, aproveito para atribuir o prémio Jackpot à justa vencedora.
Já agora, aqui fica a letra. Uma ternura.
Aquarela
(Toquinho/Vinícius de Moraes/ G. Morra/ M. Fabrizio)
Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo
E com cinco ou seis rectas é fácil fazer um castelo
Corro o lápis em torno da mão e me dou uma luva
E se faço chover com dois riscos tenho um guarda-chuva
Se um pinguinho de tinta cai num pedacinho azul do papel
Num instante imagino uma linda gaivota a voar no céu
Vai voando contornando
A imensa curva norte sul
Vou com ela viajando
Havaí, Pequim ou Istambul
Pinto um barco a vela branco navegando
É tanto céu e mar num beijo azul
Entre as nuvens vem surgindo
Um lindo avião rosa e grená
Tudo em volta colorindo
Com suas luzes a piscar
Basta imaginar e ele está partindo
Sereno indo
E se a gente quiser
Ele vai pousar
Numa folha qualquer eu desenho um navio de partida
Com alguns bons amigos, bebendo de bem com a vida
De uma América à outra consigo passar num segundo
Giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo
Um menino caminha e caminhando chega no muro
E ali logo em frente a esperar pela gente o futuro está
E o futuro é uma astronave
Que tentamos pilotar
Não tem tempo nem piedade
Nem tem hora de chegar
Sem pedir licença muda nossa vida
E depois convida a rir ou chorar
Nessa estrada não nos cabe
Conhecer ou ver o que virá
O fim dela ninguém sabe
Bem ao certo onde vai dar
Vamos todos numa linda passarela
De uma aquarela que um dia enfim
Descolorirá
Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo
Que descolorirá
E se faço chover com dois riscos tenho um guarda-chuva
Que descolorirá
Giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo
Que descolorirá
Sinal divino para eu ir cuidar do meu blog, pensei eu. E, assim, aproveito para atribuir o prémio Jackpot à justa vencedora.
Já agora, aqui fica a letra. Uma ternura.
Aquarela
(Toquinho/Vinícius de Moraes/ G. Morra/ M. Fabrizio)
Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo
E com cinco ou seis rectas é fácil fazer um castelo
Corro o lápis em torno da mão e me dou uma luva
E se faço chover com dois riscos tenho um guarda-chuva
Se um pinguinho de tinta cai num pedacinho azul do papel
Num instante imagino uma linda gaivota a voar no céu
Vai voando contornando
A imensa curva norte sul
Vou com ela viajando
Havaí, Pequim ou Istambul
Pinto um barco a vela branco navegando
É tanto céu e mar num beijo azul
Entre as nuvens vem surgindo
Um lindo avião rosa e grená
Tudo em volta colorindo
Com suas luzes a piscar
Basta imaginar e ele está partindo
Sereno indo
E se a gente quiser
Ele vai pousar
Numa folha qualquer eu desenho um navio de partida
Com alguns bons amigos, bebendo de bem com a vida
De uma América à outra consigo passar num segundo
Giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo
Um menino caminha e caminhando chega no muro
E ali logo em frente a esperar pela gente o futuro está
E o futuro é uma astronave
Que tentamos pilotar
Não tem tempo nem piedade
Nem tem hora de chegar
Sem pedir licença muda nossa vida
E depois convida a rir ou chorar
Nessa estrada não nos cabe
Conhecer ou ver o que virá
O fim dela ninguém sabe
Bem ao certo onde vai dar
Vamos todos numa linda passarela
De uma aquarela que um dia enfim
Descolorirá
Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo
Que descolorirá
E se faço chover com dois riscos tenho um guarda-chuva
Que descolorirá
Giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo
Que descolorirá
Sunday, August 15, 2004
Justiça dos vencedores
As últimas informações que nos remetem, de novo, para os horrores das guerras nos Balcãs deixam um nó na garganta difícil de engolir.
O General croata Thomir Blaskic, que tinha sido condenado a 45 anos de prisão pelo Tribunal Internacional para a ex-Jugoslávia por crimes de guerra e contra a humanidade, cometidos em 1993 contra bósnios muçulmanos, foi libertado quatro anos após ter sido interposto recurso.
Esta decisão é particularmente delicada. Em primeiro lugar, por acicatar novamente a relação conflituosa que tem pautado a vida das comunidades croatas e muçulmanas; em segundo, por parecer dar razão a quem considerava o Tribunal um mero instrumento dos vencedores contra os vencidos – isto é, contra os sérvios; e ainda, por deixar a nu a impotência do Tribunal face a determinadas pressões, mesmo nas escassas ocasiões em que teve possibilidade de julgar os presumíveis culpados dos crimes horrendos praticados desde 1992 até à guerra no Kosovo.
Esta nova sentença poderá afectar outros julgamentos actualmente em curso neste Tribunal, dos quais sobressai o de Milosevic, como lembra o Embaixador Cutileiro – uma autoridade nesta matéria – no seu artigo do Expresso de 7 de Agosto. E coloca ainda o Tribunal numa posição inevitavelmente fragilizada para exigir a entrega de outros dos principais mentores da limpeza étnica perpetrada na Bósnia – como Mladic ou Karadzic – que até agora não estão a braços com a justiça e, de momento, dificilmente estarão.
Mas, infelizmente, esta questão tem ramificações mais abrangentes. Também a credibilidade de outros tribunais do género sai minada, como é o caso do Tribunal Internacional para o Ruanda. E até o incipiente Tribunal Penal Internacional é lesado por este julgamento: nas actuais circunstâncias em que a relutância relativamente à sua utilidade é o padrão, o fracasso em punir quem parecia não ter conseguido sair incólume à pressão internacional põe claramente em causa as verdadeiras capacidades deste instrumento do direito internacional de punir e, de forma preventiva, pôr cobro a estas atrocidades.
O resultado mais evidente desta decisão é a frustrante sensação de que a impunidade paira no ar.
O General croata Thomir Blaskic, que tinha sido condenado a 45 anos de prisão pelo Tribunal Internacional para a ex-Jugoslávia por crimes de guerra e contra a humanidade, cometidos em 1993 contra bósnios muçulmanos, foi libertado quatro anos após ter sido interposto recurso.
Esta decisão é particularmente delicada. Em primeiro lugar, por acicatar novamente a relação conflituosa que tem pautado a vida das comunidades croatas e muçulmanas; em segundo, por parecer dar razão a quem considerava o Tribunal um mero instrumento dos vencedores contra os vencidos – isto é, contra os sérvios; e ainda, por deixar a nu a impotência do Tribunal face a determinadas pressões, mesmo nas escassas ocasiões em que teve possibilidade de julgar os presumíveis culpados dos crimes horrendos praticados desde 1992 até à guerra no Kosovo.
Esta nova sentença poderá afectar outros julgamentos actualmente em curso neste Tribunal, dos quais sobressai o de Milosevic, como lembra o Embaixador Cutileiro – uma autoridade nesta matéria – no seu artigo do Expresso de 7 de Agosto. E coloca ainda o Tribunal numa posição inevitavelmente fragilizada para exigir a entrega de outros dos principais mentores da limpeza étnica perpetrada na Bósnia – como Mladic ou Karadzic – que até agora não estão a braços com a justiça e, de momento, dificilmente estarão.
Mas, infelizmente, esta questão tem ramificações mais abrangentes. Também a credibilidade de outros tribunais do género sai minada, como é o caso do Tribunal Internacional para o Ruanda. E até o incipiente Tribunal Penal Internacional é lesado por este julgamento: nas actuais circunstâncias em que a relutância relativamente à sua utilidade é o padrão, o fracasso em punir quem parecia não ter conseguido sair incólume à pressão internacional põe claramente em causa as verdadeiras capacidades deste instrumento do direito internacional de punir e, de forma preventiva, pôr cobro a estas atrocidades.
O resultado mais evidente desta decisão é a frustrante sensação de que a impunidade paira no ar.
Saturday, August 14, 2004
Publicidade II
E o da Sagres?
«Iiihhh, oh Daniela, agora não dá.»
É, aliás, particularmente verosímil… Está-se mesmo a ver eu a dizer: «Iiihhh, oh Gianecchini, agora não dá.»
«Iiihhh, oh Daniela, agora não dá.»
É, aliás, particularmente verosímil… Está-se mesmo a ver eu a dizer: «Iiihhh, oh Gianecchini, agora não dá.»
Friday, August 13, 2004
Neste Jogos Olímpicos
Estou a torcer pelo Simão Morgado. E não é só por gostar de natação…
[Desculpem a infantilidade do post, mas o rapaz é pouco giro, é]
[Desculpem a infantilidade do post, mas o rapaz é pouco giro, é]
Wednesday, August 11, 2004
Monday, August 09, 2004
Pessimista/realista
A minha recaída durou três dias e augura-se um cruel calvário durante as próximas três semanas, um sofrimento penoso durante os próximos três meses e lembranças dolorosas durante os próximos três anos.
Sunday, August 08, 2004
Tomara
Tomara que você volte depressa
que você não se despeça
nunca mais do meu carinho
chore, se arrependa e pense muito
que é melhor se sofrer junto
que viver feliz sozinho
Tomara que a tristeza te convença
que a saudade não compensa
e que a ausência não dá paz
Que o verdadeiro amor de quem se ama
tece a mesma antiga trama
e não se desfaz
Que a coisa mais bonita desse mundo
é viver cada segundo como nunca mais
(Vinícius de Moraes/Toquinho)
[Adenda: Irrita-me solenemente dar por mim a concordar com a letra desta música. Tomara que passe depressa à fase seguinte da crise.]
que você não se despeça
nunca mais do meu carinho
chore, se arrependa e pense muito
que é melhor se sofrer junto
que viver feliz sozinho
Tomara que a tristeza te convença
que a saudade não compensa
e que a ausência não dá paz
Que o verdadeiro amor de quem se ama
tece a mesma antiga trama
e não se desfaz
Que a coisa mais bonita desse mundo
é viver cada segundo como nunca mais
(Vinícius de Moraes/Toquinho)
[Adenda: Irrita-me solenemente dar por mim a concordar com a letra desta música. Tomara que passe depressa à fase seguinte da crise.]
Saturday, August 07, 2004
«Católica e Feminista, Graças a Deus»
O título deste artigo da Ana Vicente sintetiza, na perfeição, a resposta que o cardeal Ratzinger e afins mereciam ouvir. Isto, se ainda valesse a pena dizer-lhes o que quer que seja.
[Adenda: Se bem que a ideia da Inês Pedrosa, no Expresso de 14 de Agosto, das mulheres ameaçarem a deserção da Igreja Católica, não é nada de se deitar fora…]
[Adenda: Se bem que a ideia da Inês Pedrosa, no Expresso de 14 de Agosto, das mulheres ameaçarem a deserção da Igreja Católica, não é nada de se deitar fora…]
Friday, August 06, 2004
Ah… férias
Não há horários, constrangimentos, prazos, obrigações…
E só sei em que dia da semana estou por causa da pílula.
[Pronto, vá, eu compro jornais. Mas ignorei-o em benefício de uma graçola mais convincente.]
E só sei em que dia da semana estou por causa da pílula.
[Pronto, vá, eu compro jornais. Mas ignorei-o em benefício de uma graçola mais convincente.]
Wednesday, August 04, 2004
Dúvida virtual
Ponho comments, não ponho comments, ponho comments, não ponho comments…
[Sei que costumo abusar, mas desta vez só escrevi em inglês por causa do itálico. Interessa-me ter um blog estético.]
[Sei que costumo abusar, mas desta vez só escrevi em inglês por causa do itálico. Interessa-me ter um blog estético.]
Tuesday, August 03, 2004
Saturday, July 31, 2004
Thursday, July 29, 2004
Discutindo a deslocalização…
- Cambada de velhos do Restelo. São incapazes de ver as potencialidades de descentralizar o poder. Para vocês tem de estar tudo em Lisboa, a 10 metros de distância, senão não funciona.
- O problema é deslocalizar sem descentralizar, isto é, sem real transferência de competências, que é o que se depreende das medidas tomadas até agora.
- [suspiro…] Eu sou mesmo é pela descentralização da FNAC, da Massimo Dutti, da Women’s Secret, da Calzedonia… Isto é que devia estar espalhado pelo resto do país, em vez de concentrado em Lisboa e no Porto.
- O problema é deslocalizar sem descentralizar, isto é, sem real transferência de competências, que é o que se depreende das medidas tomadas até agora.
- [suspiro…] Eu sou mesmo é pela descentralização da FNAC, da Massimo Dutti, da Women’s Secret, da Calzedonia… Isto é que devia estar espalhado pelo resto do país, em vez de concentrado em Lisboa e no Porto.
Wednesday, July 28, 2004
Tuesday, July 27, 2004
Uma alma caridosa
- Não ando muito feliz com o meu blog.
- Não te preocupes. É tudo uma questão de perspectiva.
- Não te preocupes. É tudo uma questão de perspectiva.
Monday, July 26, 2004
«Nada acontece por acaso. Há um motivo para tudo.»
Diz o Mestre Suleman, dotado de poderes para ajudar todo o tipo de problemas. Mas atenção, não é um astrólogo qualquer: o homem tem 26 anos de experiência passadas na floresta negra. Este tipo de sabedoria não é de descartar.
Querem melhor presságio do que encontrar um papel no meu carro com esta verdade incontestável, logo pela manhã?
Querem melhor presságio do que encontrar um papel no meu carro com esta verdade incontestável, logo pela manhã?
Até agora, nada
Filho da mãe do botão que tem a mania que é esperto e se esconde em lugares recônditos. Ai, quando lhe puser as mãos em cima...
Sunday, July 25, 2004
Perfect Lovesong
Give me your love
And I'll give you the perfect lovesong
With a divine Beatles bassline
And a big old Beach Boys sound
I'll match you pound for pound
Like heavy-weights in the final round
We'll hold on to each other
So we don't fall down
Give me a wink
And I'll give you what I think you're after
With just one kiss I will whisk you away
To where angels often tread
We'll paint this planet red
We'll stumble back to our hotel bed
And make love to each other
'Til we're half dead
Maybe now you can see
Just what you mean to me
Give me your love
And I'll give you the perfect lovesong
Give me your word
That you'll be true to me always come what may
Forever and a day
No matter what other people may say
We'll hold on to each other
'Til we're old and grey
(The Divine Comedy )
And I'll give you the perfect lovesong
With a divine Beatles bassline
And a big old Beach Boys sound
I'll match you pound for pound
Like heavy-weights in the final round
We'll hold on to each other
So we don't fall down
Give me a wink
And I'll give you what I think you're after
With just one kiss I will whisk you away
To where angels often tread
We'll paint this planet red
We'll stumble back to our hotel bed
And make love to each other
'Til we're half dead
Maybe now you can see
Just what you mean to me
Give me your love
And I'll give you the perfect lovesong
Give me your word
That you'll be true to me always come what may
Forever and a day
No matter what other people may say
We'll hold on to each other
'Til we're old and grey
(The Divine Comedy )
Saturday, July 24, 2004
Parece-me boa ideia
Prestar o meu tributo e ir ouvir um bocadinho de Carlos Paredes. É triste mas a morte tem, pelo menos, a virtude de nos acordar de novo para a sua vida (e obra).
Começo, claro, pela Canção dos verdes anos e sigo para a Variações em ré maior, Divertimento, Fantasia… ponho no repeat e adormeço, finalmente.
Começo, claro, pela Canção dos verdes anos e sigo para a Variações em ré maior, Divertimento, Fantasia… ponho no repeat e adormeço, finalmente.
Friday, July 23, 2004
«Me engana que eu gosto»
- Onde é que estavas com a cabeça?
- Enquanto nos enganarmos a nós próprios existe salvação.
- Nem tu acreditas nisso.
- Em alturas como estas, consigo encará-lo como um lema de vida.
- Como uma justificação.
- Que seja. Mais vale dizer “recaída” a torcer para que se revele uma “segunda oportunidade” do que dizer “segunda oportunidade” perfeitamente consciente de que não passa de uma “recaída”.
- Enquanto nos enganarmos a nós próprios existe salvação.
- Nem tu acreditas nisso.
- Em alturas como estas, consigo encará-lo como um lema de vida.
- Como uma justificação.
- Que seja. Mais vale dizer “recaída” a torcer para que se revele uma “segunda oportunidade” do que dizer “segunda oportunidade” perfeitamente consciente de que não passa de uma “recaída”.
Bruno, lês pensamentos?
Estava eu neste exercício de auto-comiseração quando li o teu post sobre recaídas.
O meu problema é quando só se torna “recaída” a posteriori. Calculo que seja o menos comum.
Na altura tudo parece tão certo. Como um presente que tanto esperámos, cuidadosamente embrulhado em papel novo, de cores garridas e sem vincos. Um presente pronto a estrear e que tem o condão de fazer tábua rasa do passado. Pior do que isso: a situação aparece envolta numa aura, apresenta-se quase como uma revelação, um desígnio dos deuses – como se o mundo conspirasse para que voltasse a acontecer (e todos sabemos como é impossível resistir a imposições escatológicas).
And yet, mesmo sabendo que o risco do fracasso é enorme, voltamos a tentar. Por fraqueza, por ingenuidade, por romantismo, por amor.
Mas já reparaste como há, de facto, “recaídas” que resultam? Isto é, como há recaídas que se transformam em segundas oportunidades e se revelam para toda a vida? Como podem não ter a força moral de um fracasso e sim representar o perigo que vale a pena correr para se iniciar algo maior, mais profundo?
It happens all the time. E isso é um péssimo precedente para quem quer acreditar acima de tudo.
O meu problema é quando só se torna “recaída” a posteriori. Calculo que seja o menos comum.
Na altura tudo parece tão certo. Como um presente que tanto esperámos, cuidadosamente embrulhado em papel novo, de cores garridas e sem vincos. Um presente pronto a estrear e que tem o condão de fazer tábua rasa do passado. Pior do que isso: a situação aparece envolta numa aura, apresenta-se quase como uma revelação, um desígnio dos deuses – como se o mundo conspirasse para que voltasse a acontecer (e todos sabemos como é impossível resistir a imposições escatológicas).
And yet, mesmo sabendo que o risco do fracasso é enorme, voltamos a tentar. Por fraqueza, por ingenuidade, por romantismo, por amor.
Mas já reparaste como há, de facto, “recaídas” que resultam? Isto é, como há recaídas que se transformam em segundas oportunidades e se revelam para toda a vida? Como podem não ter a força moral de um fracasso e sim representar o perigo que vale a pena correr para se iniciar algo maior, mais profundo?
It happens all the time. E isso é um péssimo precedente para quem quer acreditar acima de tudo.
Thursday, July 22, 2004
Não serás antes
Um pessimista romântico?
[Já agora, parabéns (muito atrasados) por um ano de blog. 3 de Julho, por outros motivos, é uma bela data]
[Já agora, parabéns (muito atrasados) por um ano de blog. 3 de Julho, por outros motivos, é uma bela data]
Tempo de antena
Gosto sempre de ouvir o Paulo Portas. Não sei, a minha costela sado-masoquista adora revelar-se nestes momentos. Divirto-me com a personagem. O ridículo tem, de facto, algo de atractivo. Estou consciente de que não passa de uma caricatura, mas isso também o Santana Lopes e esse enerva-me, especialmente com a sua nova pose de estadista. O Paulo Portas, não. O Paulo Portas, com o seu ar empertigado, tem tiradas brilhantes. Como aquela à saída da reunião com o Jorge Sampaio antes da fatídica decisão:
- “Está a chamar de “sabotador” ao Presidente da República?
[momento de silêncio – respira fundo – aquele semblante de gravidade – responde pausadamente com ar ofendido]
- A senhora acha que o líder de um partido conservador alguma vez chamaria esse nome ao Chefe de Estado do seu país?”
Lindo.
Infelizmente, ontem na entrevista da RTP, fiquei muito decepcionada. Nenhuma tirada de bradar aos céus, nenhum momento empolgante. Bolas, já nem para isso vale a pena dar-lhe tempo de antena.
- “Está a chamar de “sabotador” ao Presidente da República?
[momento de silêncio – respira fundo – aquele semblante de gravidade – responde pausadamente com ar ofendido]
- A senhora acha que o líder de um partido conservador alguma vez chamaria esse nome ao Chefe de Estado do seu país?”
Lindo.
Infelizmente, ontem na entrevista da RTP, fiquei muito decepcionada. Nenhuma tirada de bradar aos céus, nenhum momento empolgante. Bolas, já nem para isso vale a pena dar-lhe tempo de antena.
Wednesday, July 21, 2004
Tuesday, July 20, 2004
A onda
Quando embate violentamente contra as rochas
Traz um pouco delas consigo
Quanto mais dá de si, mais delas recebe
E não vive só de confrontos
Também se enrola na areia, de mansinho
[Estou contigo, meu doce. Como sempre]
Adenda: Tenho consciência que isto ficou muito piroso mas a minha muskinha inspira-me e por ela não me importo de fazer figuras tristes.
Traz um pouco delas consigo
Quanto mais dá de si, mais delas recebe
E não vive só de confrontos
Também se enrola na areia, de mansinho
[Estou contigo, meu doce. Como sempre]
Adenda: Tenho consciência que isto ficou muito piroso mas a minha muskinha inspira-me e por ela não me importo de fazer figuras tristes.
Monday, July 19, 2004
Sunday, July 18, 2004
Terror de te amar num sítio tão frágil como o mundo
Mal de te amar neste lugar de imperfeição
Onde tudo nos quebra e emudece
Onde tudo nos mente e nos separa
(Sophia de Mello Breyner Andresen)
Onde tudo nos quebra e emudece
Onde tudo nos mente e nos separa
(Sophia de Mello Breyner Andresen)
Saturday, July 17, 2004
Friday, July 16, 2004
Brilhante
«E constato que vou ter a governar-me na Câmara de Lisboa alguém que nem sei quem é; a primeiro-ministro alguém que apenas se candidatou à Câmara de Lisboa; na presidência da Comissão Europeia alguém que foi o maior derrotado das eleições europeias, alguém que na hora decisiva se pôs ao lado da "arrogância e do unilateralismo" americano contra a Europa e alguém que jurou aos portugueses que não fugia, como o seu antecessor. E na Presidência da República alguém que se esqueceu de quem e porquê o elegeu. Ou seja: ninguém, de facto, me representa e, todavia, eu votei em todas as eleições. Entre mim e esta democracia há qualquer coisa que não bate certo. Ou será entre mim e o "patriotismo moderno"?»
[Miguel Sousa Tavares, Público, 16 Julho 2004]
[Miguel Sousa Tavares, Público, 16 Julho 2004]
Thursday, July 15, 2004
Fico Assim Sem Você
Avião sem asa
Fogueira sem brasa
Sou eu assim sem você
Futebol sem bola
Piu piu sem Frajola
Sou eu assim sem você
Por que é que tem que ser assim?
Se o meu desejo não tem fim
Eu te quero a todo instante
Nem mil auto-falantes
Vão poder falar por mim
Amor sem beijinho
Bochecha sem Claudinho
Sou eu assim sem você
Circo sem palhaço
Namoro sem amasso
Sou eu assim sem você
Tou louco pra te ver chegar
Tou louco pra te ter nas mãos
Deitar no teu abraço
Retomar o pedaço
Que falta no meu coração
Eu não existo longe de você
E a solidão é o meu pior castigo
Eu conto as horas pra poder te ver
Mas o relógio ta de mal comigo
Porquê?
Neném sem chupeta
Romeu sem Julieta
Sou eu assim sem você
Carro sem a estrada
Queijo sem goiabada
Sou eu assim sem você
Por que é que tem que ser assim?
Se o meu desejo não tem fim
Eu te quero a todo instante
Nem mil auto-falantes
Vão poder falar por mim
Eu não existo longe de você
E a solidão é o meu pior castigo
Eu conto as horas pra poder te ver
Mas o relógio ta de mal comigo
Porquê?
(Adriana Calcanhoto)
Já reparam como há determinadas letras de músicas que se situam mesmo no linear do kitsch? É só o cantor que faz a diferença. E tudo o que traz consigo para a canção – voz, arranjos musicais, sentimento.
Esta é uma delas. Cantada pela Adriana, revela-se de uma simplicidade comovente (pelo menos para quem, como eu, tem uma certa queda por este tipo de letras…).
Fogueira sem brasa
Sou eu assim sem você
Futebol sem bola
Piu piu sem Frajola
Sou eu assim sem você
Por que é que tem que ser assim?
Se o meu desejo não tem fim
Eu te quero a todo instante
Nem mil auto-falantes
Vão poder falar por mim
Amor sem beijinho
Bochecha sem Claudinho
Sou eu assim sem você
Circo sem palhaço
Namoro sem amasso
Sou eu assim sem você
Tou louco pra te ver chegar
Tou louco pra te ter nas mãos
Deitar no teu abraço
Retomar o pedaço
Que falta no meu coração
Eu não existo longe de você
E a solidão é o meu pior castigo
Eu conto as horas pra poder te ver
Mas o relógio ta de mal comigo
Porquê?
Neném sem chupeta
Romeu sem Julieta
Sou eu assim sem você
Carro sem a estrada
Queijo sem goiabada
Sou eu assim sem você
Por que é que tem que ser assim?
Se o meu desejo não tem fim
Eu te quero a todo instante
Nem mil auto-falantes
Vão poder falar por mim
Eu não existo longe de você
E a solidão é o meu pior castigo
Eu conto as horas pra poder te ver
Mas o relógio ta de mal comigo
Porquê?
(Adriana Calcanhoto)
Já reparam como há determinadas letras de músicas que se situam mesmo no linear do kitsch? É só o cantor que faz a diferença. E tudo o que traz consigo para a canção – voz, arranjos musicais, sentimento.
Esta é uma delas. Cantada pela Adriana, revela-se de uma simplicidade comovente (pelo menos para quem, como eu, tem uma certa queda por este tipo de letras…).
Wednesday, July 14, 2004
«No domínio do amor e da paixão, somos ainda analfabetos»
«…nesta espiral em que a paixão cresce à medida que vai crescendo a impossibilidade de a concretizar, a solidão aumenta irreversivelmente.»
[Eduardo Prado Coelho, Público, 14 Julho 2004]
[Eduardo Prado Coelho, Público, 14 Julho 2004]
Tuesday, July 13, 2004
Ridiculamente insegura
Em conversa sobre a mudança de casa da irmã:
[ele, decidido a revelar-se, por fim] – Bem que eu gostava que a tua irmã viesse viver para ao pé de mim.
[ela, a pensar que tinha finalmente atingido tudo] – Hmm, para lhe ires pedir açúcar com regularidade?
[ele, a constatar que ela afinal não tinha atingido nada] – Não, espertinha, para a irmã dela deixar de ter desculpas para não me vir visitar com mais frequência.
[ele, decidido a revelar-se, por fim] – Bem que eu gostava que a tua irmã viesse viver para ao pé de mim.
[ela, a pensar que tinha finalmente atingido tudo] – Hmm, para lhe ires pedir açúcar com regularidade?
[ele, a constatar que ela afinal não tinha atingido nada] – Não, espertinha, para a irmã dela deixar de ter desculpas para não me vir visitar com mais frequência.
Monday, July 12, 2004
Sunday, July 11, 2004
Shut out from reality
Cheia de trabalho, com vírus num computador e sem privacidade no outro, estive semanas inteiras fora do mundo. Isto é, fora do mundo que realmente interessa.
[Tal qual viciada, fui escrevendo uns posts numa folha de papel. Sempre que me apeteceu dizer-vos alguma coisa. Optei por pô-los por ordem cronológica durante os próximos dias.]
[Tal qual viciada, fui escrevendo uns posts numa folha de papel. Sempre que me apeteceu dizer-vos alguma coisa. Optei por pô-los por ordem cronológica durante os próximos dias.]
Saturday, July 10, 2004
Friday, July 09, 2004
Wednesday, July 07, 2004
Se tanto me dói que as coisas passem
É porque cada instante em mim foi vivo
Na busca de um bem definitivo
Em que as coisas de Amor se eternizassem
(Sophia de Mello Breyner Andresen)
Na busca de um bem definitivo
Em que as coisas de Amor se eternizassem
(Sophia de Mello Breyner Andresen)
Tuesday, July 06, 2004
Sunday, July 04, 2004
As vantagens da previsibilidade
Como diz o Pedro Mexia, “a coerência aborrece”. Mas há coerências que sabem tão bem. Um exemplo: ter a certeza que os meus blogs favoritos têm invariavelmente algo para ler que me faz tão bem e praticamente todos os dias. Ou seja, sem lapsos de tempo vergonhosos como os meus.
[Esta é especialmente para o JC da Tribo dos Sonhos que anda a ameaçar – e com toda a razão – deixar de me ler.]
[Esta é especialmente para o JC da Tribo dos Sonhos que anda a ameaçar – e com toda a razão – deixar de me ler.]
Saturday, July 03, 2004
He’s coming back
“… no blog Fora do Mundo, onde passarei a escrever, muito em breve.”
[Entrevista TSF, Pessoal e Transmissível, 2.07.2004]
Cá te espero, perdão, esperamos.
[Um pequeno aparte para perguntar à Joana se ela está louca. O “meu” monstro? O que é isto de mexer com fantasias alheias? E onde é que já se viu tirar-me a ideia do que eu queria escrever sobre a entrevista do Pedro ontem na TSF. E, ainda por cima, com um comentário lindo. Isto resolve-se mesmo é na lama! (ficou gira esta, não ficou?)]
[Entrevista TSF, Pessoal e Transmissível, 2.07.2004]
Cá te espero, perdão, esperamos.
[Um pequeno aparte para perguntar à Joana se ela está louca. O “meu” monstro? O que é isto de mexer com fantasias alheias? E onde é que já se viu tirar-me a ideia do que eu queria escrever sobre a entrevista do Pedro ontem na TSF. E, ainda por cima, com um comentário lindo. Isto resolve-se mesmo é na lama! (ficou gira esta, não ficou?)]
Friday, July 02, 2004
Não se perdeu nenhuma coisa em mim
Não se perdeu nenhuma coisa em mim.
Continuam as noites e os poentes
Que escorreram na casa e no jardim,
Continuam as vozes diferentes
Que intactas no meu ser estão suspensas.
Trago o terror e trago a claridade,
E através de todas as presenças
Caminho para a única unidade.
(Sophia de Mello Breyner Andresen, Poesia I)
Continuam as noites e os poentes
Que escorreram na casa e no jardim,
Continuam as vozes diferentes
Que intactas no meu ser estão suspensas.
Trago o terror e trago a claridade,
E através de todas as presenças
Caminho para a única unidade.
(Sophia de Mello Breyner Andresen, Poesia I)
Thursday, July 01, 2004
Tuesday, June 29, 2004
Monday, June 28, 2004
Sempre Agustina
«É preciso sentir que não é fácil escrever - como não é, de resto, fácil viver.»
[Entrevista, Público, 28.06.2004]
[Entrevista, Público, 28.06.2004]
Sunday, June 27, 2004
Conversa de “gajas”
[prequela]
- Estás em Bruxelas? Traz-me aqueles chocolates que eu adoro.
- Não tinhas cortado com os doces?
- Oh, traz, traz. Eu juro que como devagarinho.
[alguns dias mais tarde]
- Encontramo-nos no café para eu finalmente te dar o teu presente?
- Claro. O que é que me trouxeste?
- Os tais chocolates. Não foi isso que me tinhas pedido?
- Estás louca?! Trouxeste-me chocolates? Não sabes que estou de dieta?
- Estás em Bruxelas? Traz-me aqueles chocolates que eu adoro.
- Não tinhas cortado com os doces?
- Oh, traz, traz. Eu juro que como devagarinho.
[alguns dias mais tarde]
- Encontramo-nos no café para eu finalmente te dar o teu presente?
- Claro. O que é que me trouxeste?
- Os tais chocolates. Não foi isso que me tinhas pedido?
- Estás louca?! Trouxeste-me chocolates? Não sabes que estou de dieta?
Saturday, June 26, 2004
Nem mais
«Se o PS tivesse perdido, Ferro Rodrigues seria com certeza responsabilizado pela derrota. É para mim eticamente inaceitável que pretendam sonegar-lhe a vitória.»
Não tenho especial empatia pelo líder do PS (não é pessoal, é, aliás, extensível aos demais partidos) mas acho vergonhosa a forma como o têm tratado.
Concordo com absolutamente tudo o que diz o Manuel Alegre, no seu artigo no Expresso de 26 de Junho, “Golo e autogolo”.
Não tenho especial empatia pelo líder do PS (não é pessoal, é, aliás, extensível aos demais partidos) mas acho vergonhosa a forma como o têm tratado.
Concordo com absolutamente tudo o que diz o Manuel Alegre, no seu artigo no Expresso de 26 de Junho, “Golo e autogolo”.
You're joking, right?
«Era preferível que não houvesse tantas bandeiras nas janelas – mas existisse mais empenhamento no dia-a-dia para o progresso e o prestígio do país.»
[Editorial do Expresso, “A moda das bandeiras”, 26.06.2004]
Esta afirmação vinda do mesmo jornal que ofereceu 170 000 bandeiras aos seus leitores é para ser lida de forma irónica, não é?
[Editorial do Expresso, “A moda das bandeiras”, 26.06.2004]
Esta afirmação vinda do mesmo jornal que ofereceu 170 000 bandeiras aos seus leitores é para ser lida de forma irónica, não é?
Friday, June 25, 2004
Observatório de mails (II)
25.06.04, de um amigo inglês (claro):
«I think it's fair to say the best team won. But if we can find a striker who kicks the ball like the Portuguese goal keeper we'll be unstoppable at the world cup!!»
Que comovente. Não só dá a mão à palmatória, como ainda elogia. Bless him.
«I think it's fair to say the best team won. But if we can find a striker who kicks the ball like the Portuguese goal keeper we'll be unstoppable at the world cup!!»
Que comovente. Não só dá a mão à palmatória, como ainda elogia. Bless him.
Observatório de mails (I)
24.06.04, de uma amiga alemã (claro):
«I hope you send the brits home! Fingers crossed»
Done! Foi só um bocadinho mais tarde (mas com muito sofrimento) do que dizia a brilhante t-shirt no público: «Last plane to London: 10.30 pm»
«I hope you send the brits home! Fingers crossed»
Done! Foi só um bocadinho mais tarde (mas com muito sofrimento) do que dizia a brilhante t-shirt no público: «Last plane to London: 10.30 pm»
Carta Aberta à Desassossegada
Vinha penitenciar-me por sequer me ter passado pela cabeça que não verias o jogo. Shame on me.
Deus te livre das dores de dentes.
Mereces um lugar no camarote vip para o próximo jogo ou, quiçá, no banco com o Scolari.
Beijinhos,
Aguarela
Deus te livre das dores de dentes.
Mereces um lugar no camarote vip para o próximo jogo ou, quiçá, no banco com o Scolari.
Beijinhos,
Aguarela
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